Notícias
RendA+ do Tesouro torna-se mais popular entre investidores prestes a sair do mercado de trabalho
O Tesouro RendA+, título público criado especificamente para aqueles que buscam complementar sua aposentadoria, tem atraído um número crescente de investidores. Em seus primeiros nove meses de venda, atraiu mais de 60.000 investidores, com um valor médio de aplicação de R$ 3,6 mil.
Perfil dos Investidores
A maioria dos investidores do RendA+ são indivíduos entre 40 e 59 anos, representando 62% do total. Esse grupo demográfico está mais próximo de sair do mercado de trabalho, o que pode explicar seu interesse em um investimento voltado para a aposentadoria. O valor médio de investimento por cliente caiu de R$ 8.930 no mês de lançamento para R$ 3.647 em agosto, sugerindo que uma parcela maior de investidores menores e médios está se beneficiando do investimento.
RendA+ e Aposentadoria
O RendA+ foi formatado principalmente para trabalhadores autônomos com uma faixa de renda de até seis salários mínimos, embora qualquer pessoa possa adquiri-lo. O título mais comprado até agora é o de curto prazo, apesar de o produto ter sido desenhado para uma aposentadoria que só será aproveitada em décadas.
Pierre Oberson, professor de finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), comenta: ‘Quando a gente vê pessoas mais próximas da aposentadoria investindo significativamente no produto, quer dizer que há um descasamento entre o que o produto é desenhado para fazer e o que está acontecendo. A ideia do título é que pessoas mais jovens conseguissem investir valores pequenos de forma recorrente para, lá na frente, ter uma aposentadoria complementar interessante.’
Títulos Preferidos
O título com prazo de pagamento mais próximo, com vencimento em 2030, foi o mais popular, representando 36% do total vendido. Em seguida, está o título com prazo de conversão para 2035, com 18% e o título com vencimento em 2040, com 13%.
Como Funciona o RendA+
O RendA+ tem remuneração semelhante à do Tesouro IPCA+, corrigido pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A principal diferença é no prazo de vencimento, que no caso do RendA+ chama-se prazo de conversão.
No RendA+, o investidor recebe 240 vencimentos mensais ao longo de 20 anos, sempre no dia 15. O investidor pode escolher entre oito datas para começar a receber a renda: 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065.
RendA+ versus Previdência Privada
O RendA+ não precisa ser a única opção para quem busca uma aposentadoria complementar. Ele pode ser combinado com outras formas de previdência privada, como os fundos de previdência ou o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre).
Nélio Costa, chefe da área de planejamento financeiro da Nord Research, sugere: ‘Como os planos de previdência privada têm incentivos fiscais durante a fase de acumulação, vale mais a pena para o investidor que faz a declaração completa investir em planos de previdência até o limite de 12% da renda bruta. O restante ele pode alocar nos títulos do Tesouro RendA+ e em outros investimentos, como uma carteira de renda variável.’
Perspectivas Futuras
Embora o RendA+ não tenha atingido as expectativas iniciais do Tesouro Nacional, com um número de investidores significativamente abaixo do esperado, os especialistas continuam otimistas. Pierre Oberson afirma: ‘A frequência do investimento é o ponto mais positivo dos números, porque significa que os investidores estão tendo uma política de recorrência e muita disciplina.’ Com o tempo, espera-se que o RendA+ continue a crescer em popularidade e se torne uma ferramenta valiosa para aqueles que buscam complementar sua aposentadoria.
Tabela 1: Dados importantes sobre o Tesouro RendA+
| Idade dos Investidores | Percentual |
|————————|————|
| 20 a 39 anos | 22% |
| Mais de 60 anos | 13% |
| 40 a 59 anos | 62% |
Figura 1: Distribuição de idade dos investidores no Tesouro RendA+
Para informações adicionais, acesse o site