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Trocando a Vida Corporativa pelo Mundo – A Jornada de um Blogueiro de Viagens Visionário
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O designer gráfico Fabrício Moura, de 45 anos, conquistou o sonho almejado por muitos viajantes: viver viajando — e obter sua renda principal através das viagens. Com um impressionante acervo de 71 países carimbados em seu passaporte, atualmente ele gera 70% de sua renda com seu blog de viagens ‘Vou na Janela’ e o canal correspondente no YouTube, reinvestindo os ganhos em mais aventuras ao redor do globo.
O Caminho Desafiador para Alcançar a Liberdade de Viajar
O trajeto para atingir essas realizações não foi simples. Fabrício esclarece que muitos influenciadores vendem a ideia romantizada de abandonar tudo para se tornar um nômade digital, mas a realidade é bem diferente. As contas e compromissos financeiros persistem, exigindo um planejamento meticuloso.
Para alçar voo como blogueiro de viagens, Fabrício precisou abrir mão, primeiramente, de sua carreira em uma multinacional — e, posteriormente, de um emprego em uma renomada agência de comunicação.
Uma Infância Moldada por Sonhos de Aventura
Nascido em Santo Antônio de Pádua, no Rio de Janeiro, Fabrício cresceu com a expectativa paterna de seguir carreira na aviação, já que seu avô era piloto da extinta Varig. No entanto, ele nutria um desejo diferente: ser jornalista.
> ‘Devorava o caderno Internacional do jornal O Globo, recortava notícias relevantes ou exóticas, anotava a escalada do Jornal Nacional… Não conheço nenhum moleque que fazia isso aos 12 anos.’
Na hora de prestar vestibular, porém, ele acabou optando pelo curso de Direito, influenciado por alguns contatos familiares que lhe garantiram uma entrevista na Volkswagen.
Os Benefícios Corporativos não Traziam Felicidade
Apesar de detestar o curso de Direito e nunca ter exercido a profissão, Fabrício continuou no emprego na Volkswagen, atraído pelo bom salário e pelos benefícios oferecidos, como desconto para trocar de carro e auxílio para aluguel.
No entanto, mesmo com essas vantagens, ele se sentia infeliz e insatisfeito, sofrendo de burnout e problemas de saúde inexplicáveis. Em 2006, após seis anos na empresa, ele decidiu cursar Design Gráfico, área que hoje inclui diversas colaborações com o Draft.
A Mudança de Cidade e Emprego que Abriu Caminho para Viajar
Em janeiro de 2011, logo após se formar, Fabrício começou a procurar oportunidades em agências de publicidade em São Paulo. Após algumas entrevistas, ele foi contratado e, em poucos dias, sua vida se transformou completamente com a mudança para a capital paulista.
Inicialmente trabalhando para o Grupo Rái e, em seguida, para a agência Ideal, Fabrício finalmente pôde tirar férias — algo que não fazia há cinco anos. A agência incentivava os funcionários a dividirem os 30 dias de férias em períodos de 10 dias, e Fabrício aproveitou essa oportunidade para viajar.
> ‘Passei a virar referência entre colegas da agência por viajar sempre. Me pediam dicas de como comprar chip de celular, como ir do aeroporto ao centro da cidade, como fazer o câmbio…’
Ele já tinha o hábito de escrever sobre seus lugares e experiências para registro próprio, e resolveu experimentar criar um blog de viagens, aproveitando a popularização desse formato na época.
Planejando Estrategicamente para Transformar o Hobby em Carreira
Fabrício decidiu arriscar e transformar seu hobby em uma carreira lucrativa. Ele elaborou um plano de negócios, conversou com outros blogueiros e descobriu que sim, era possível viver daquilo. Nos dois anos seguintes, ele se dedicou a consolidar uma reserva financeira enquanto preparava tudo.
Em maio de 2015, ele lançou o ‘Vou na Janela’. Inicialmente, continuou trabalhando na agência, mas em novembro do mesmo ano, após uma viagem para produzir conteúdo na Alemanha, pediu demissão.
> ‘Na época, eu tinha dinheiro guardado o suficiente para pagar minhas contas por dois anos, o tempo que acreditava ser necessário para monetizar o projeto.’
A Rotina de um Blogueiro de Viagens de Sucesso
No blog, Fabrício realiza todas as etapas sozinho: do planejamento de cada viagem — que leva em torno de dois meses, da escolha do destino até o roteiro — à redação dos textos e produção dos vídeos. Ele leva a organização aprendida na Volkswagen para as viagens, sendo conhecido como ‘o louco das planilhas’.
Inicialmente, Fabrício gostava de passar entre 30 a 40 dias em cada lugar, mas agora, com a experiência adquirida, encurtou esse tempo para no máximo três semanas.
> ‘Quando você é mais novo, encara tudo. Já passei nove horas no aeroporto de Amsterdã achando incrível. Hoje, não quero mais perrengue.’
Talvez esse seja o único ponto negativo de transformar um hobby em trabalho: chega um momento em que nada mais é novidade, e a emoção inicial se perde.
O Maior Encanto das Viagens: As Conexões Humanas
Para Fabrício, atualmente, a melhor parte de viajar são as pessoas que ele conhece em cada lugar. Ele considera que essas conexões humanas são o maior patrimônio, mais valiosas do que os pontos turísticos.
> ‘Os pontos turísticos vão estar sempre lá, a relação com as pessoas é o que mais me encanta.’
Lições Importantes de uma Vida Dedicada às Viagens
A vida de viajante trouxe algumas lições importantes para Fabrício. A primeira é que viajar é muito mais fácil do que a maioria das pessoas pensa, especialmente em tempos de internet, quando é possível organizar viagens para qualquer lugar do mundo por conta própria.
> ‘Não existe mais desconhecido, isso dá segurança. E existem opções para todos os bolsos, é só entender o destino e se adequar à realidade e tirar o olhar exclusivo de turista.’
A segunda — e talvez principal — é respeitar a cultura local.
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