Terremoto no Nordeste Brasileiro – Uma retrospectiva de 1980 e a expectativa para o futuro

Introdução

Em 20 de novembro de 1980, o Nordeste brasileiro vivenciou um dos eventos mais marcantes de sua história: um terremoto de magnitude 5,2. A memória deste evento ainda permanece vívida para aqueles que o vivenciaram.

A Noite do Terremoto

Naquela fatídica noite, 29 minutos após a meia-noite, a terra começou a tremer. A magnitude do abalo foi de 5,2, e o seu alcance foi de 600 quilômetros de raio.

Maria de Fátima Sousa, uma costureira de 67 anos, relembra a noite: ‘Eu só lembro que a casa começou a tremer um pouco, corremos todos para fora. Ficamos muito assustados, ficamos a noite toda sentados na lateral da casa, só entramos de manhã’.

O tremor também foi sentido por José Batista, um aposentado de 66 anos, que estava no sítio do pai, na localidade de Lagoa de Sousa, no município de Cascavel. Ele afirmou que todos da casa sentiram o abalo.

Epicentro do Terremoto

O nome de Pacajus entrou para a história da sismologia brasileira, pois este foi o epicentro do terremoto, o maior do Nordeste e o sétimo maior do Brasil. No entanto, é possível que o epicentro do terremoto tenha sido na cidade de Chorozinho, que era um distrito de Pacajus em 1980 e só voltou a ser um município independente em 1987.

Impacto do Terremoto

No dia seguinte ao terremoto, era hora de avaliar os danos. Muitas famílias ficaram desabrigadas após desabamentos, muitas casas perderam seus telhados e tiveram suas paredes rachadas.

José Wilson Chaves, que era vereador de Pacajus à época, viajou até Fortaleza na manhã seguinte ao terremoto para pedir ajuda ao governador do Ceará. Ele lembra que os locais mais atingidos foram o distrito de Chorozinho e as localidades de Timbaúba dos Marinheiros, Lagoa do Cedro, Lagoa do Martins, Triângulo de Quixadá, Vila Rosa e Morros.

Auxílio Governamental

As primeiras medidas de auxílio foram articuladas pelo Programa de Assistência às Favelas da Região Metropolitana de Fortaleza (Proafa). Em junho de 1981, o governo estadual entregou 488 casas reformadas em um conjunto na localidade de Timbaúba dos Marinheiros.

Danos às Igrejas

Duas igrejas tiveram suas estruturas seriamente abaladas pelo terremoto: a igreja de Santa Terezinha do Menino Jesus, onde hoje fica a matriz de Chorozinho, e a capela de São Joaquim, no distrito de Timbaúba dos Marinheiros. Ambas tiveram que ser reconstruídas.

Atividade Sísmica no Nordeste

O terremoto de Pacajus foi o maior abalo sísmico do Nordeste registrado até agora. Eduardo Menezes, geofísico do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN), explica que a atividade sísmica no Nordeste está concentrada principalmente no Ceará, no Rio Grande do Norte e em Pernambuco.

Preparação para o Futuro

É consenso entre os pesquisadores que um novo terremoto na mesma magnitude de 1980 pode acontecer. Portanto, é fundamental a articulação do monitoramento e do envolvimento com as comunidades para tranquilizar as pessoas e dar dicas do que fazer durante um tremor de terra.

Conclusão

O terremoto de 1980 no Nordeste brasileiro foi um evento marcante para a região. Ainda hoje, ele serve como um lembrete da importância da preparação para desastres naturais e da necessidade de estudos e monitoramento contínuos para garantir a segurança e o bem-estar da população.

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