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Segundo filme sobre o Pampa estreia em Gramado – Um relato de resistência e celebração
No coração do 51º Festival de Cinema de Gramado, a chegada de uma grande comitiva gerou alvoroço e curiosidade. Eram trabalhadores rurais, indígenas, quilombolas e pecuaristas familiares, todos devidamente identificados com crachás e convidados para uma ocasião especial.
>’É um marco neste território. Estamos emocionados, nós Sem Terra, aqui dentro do Festival’, disse Vicente Willes, representante do MST.
## O Documentário ‘Sobreviventes do Pampa’
O motivo da celebração era a estreia do documentário ‘Sobreviventes do Pampa’, uma obra que retrata a resistência e luta dos povos tradicionais do Pampa. Grande parte dos convidados também participou do filme como ‘atores e atrizes’, contribuindo com entrevistas e relatos.
>’Estamos muito felizes de estar aqui, é uma celebração das nossas lutas de resistência, por terra, por território, por cuidar desse ambiente, desta casa que é a pampa’, explicou Fernando Aristimunho, da Coordenação do Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa.
A essência do longa-metragem
O documentário ‘Sobreviventes do Pampa’ não apenas retrata a beleza do bioma, mas também aborda questões ambientais e sociais que afetam a região.
>’Existe um problema ambiental no bioma pampa, mas também existe um problema social. Porque existe uma população lá que vive e sobrevive desses territórios e está sendo ameaçada por um modelo econômico vigente no nosso país, pela questão do avanço da soja, das mineradoras, de outros cultivos. Para nós do MST, tem um significado especial, que estamos agregando essas bandeiras aí e fazendo a defesa dos nossos territórios’, destacou Vicente Willes.
A resistência dos povos do Pampa
Durante a exibição do documentário, os participantes ocuparam o palco e a plateia do Palácio dos Festivais, erguendo uma faixa com a frase ‘Resistiremos até o fim. O Pampa somos nós’. Esta ação destacou a presença destes grupos muitas vezes invisibilizados, em um espaço cultural frequentemente dominado por figuras brancas e europeias.
>’O Estado nos nega terra, direitos expressos em legislação. Precisamos dessa visibilidade para resistir, a gente precisa viver’, completou Aristimunho.
Por trás das câmeras
‘Sobreviventes do Pampa’ foi dirigido por Rogério Rodrigues, com fotografia de Lívia Pasqual. O documentário foi filmado em diversas cidades do Rio Grande do Sul, incluindo Santana do Livramento, Uruguaiana, Alegrete, Bagé, São Borja, Quaraí, Dom Pedrito, Santa Maria, Rosário do Sul e Barra do Ribeiro.
A mensagem do filme
Para o diretor Rogério Rodrigues, o que une as pessoas que estão no filme e os que fazem o filme é o amor à terra.
>’Ele tem também essa obrigação de nos lembrar que estamos desconectados de nossos saberes ancestrais’, opinou.
O futuro do documentário
Após a estreia em Gramado, o documentário seguirá por um circuito de festivais. A produtora e roteirista Rose França destacou que o filme pertence ao público.
>’Este filme pertence a vocês, é uma ferramenta para estar onde vocês quiserem. A comunidade precisa se ver, sim, mas o mundo também precisa’.
Conclusão
O documentário ‘Sobreviventes do Pampa’ é uma obra que celebra a resistência e a luta dos povos tradicionais do Pampa. Além de sua relevância social e ambiental, o filme também é uma importante ferramenta de visibilidade e representação para as comunidades retratadas. Com a estreia no 51º Festival de Cinema de Gramado, a expectativa é que a mensagem do filme alcance ainda mais pessoas e contribua para a preservação da cultura e do modo de vida dos povos do Pampa.
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