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Professor Condenado por Indicar Racismo - Analisando o Caso de Racismo Reverso Professor Condenado por Indicar Racismo - Analisando o Caso de Racismo Reverso

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Professor Condenado por Indicar Racismo – Analisando o Caso de Racismo Reverso

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Introdução

Um professor negro, Leonardo Sacramento, de 41 anos, enfrentou uma ação judicial por danos morais movida por Felipe Elias Miguel, secretário de Educação de Ribeirão Preto (SP). Leonardo criticou a escolha da prefeitura de três escolas que poderiam integrar o programa federal de ensino cívico-militar, alegando que a preferência por unidades em áreas periféricas e de maioria negra era racista.

Contexto do Caso

Em 2019, Leonardo fez duas postagens criticando a indicação das escolas para o programa federal. Dois anos após as postagens, que já não estavam mais disponíveis, Felipe Elias Miguel entrou com uma ação pedindo uma indenização de R$ 15 mil, alegando que as postagens eram caluniosas.

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Decisão Judicial

O juiz Ronan Severo de Araujo, da 1ª Vara Cível do Foro de Ribeirão Preto, deu uma vitória parcial a Felipe Elias Miguel, determinando que Leonardo pagasse R$ 7 mil por danos morais. O juiz considerou que Leonardo fez ataques pessoais contra o secretário, apontando trechos específicos das postagens para justificar sua decisão.

Juiz Rebate Acusações

Na sentença dada, o juiz argumentou que, desde a Constituição de 1988, a sociedade começou a combater condutas como preconceito e racismo. Assim, ao rotular alguém como preconceituoso e racista, uma forte carga negativa, moral e socialmente, seria imposta a essa pessoa.

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Visão de Especialistas

Wellton da Silva de Fátima, um doutorando na área de Análise do Discurso da Unicamp e professor do Instituto Federal de Alagoas (IFAL), contestou a interpretação do juiz. Ele afirmou que a compreensão do judiciário brasileiro sobre o que constitui racismo é perigosa e equivocada.

O Debate Sobre ‘Racismo Reverso’

Na tentativa de derrubar a sentença, Leonardo argumentou que sua crítica foi direcionada à gestão pública. Ele ressaltou que, na época dos fatos, em 2019, a discussão sobre a implementação das escolas cívico-militares era um tópico alinhado ao governo do então presidente Jair Bolsonaro.

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O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares

O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) foi criado pelo governo Bolsonaro para aumentar a presença de militares na gestão dos processos educacionais. O programa previa apoio financeiro às unidades que aderissem ao modelo, com a contrapartida de disseminação de ‘valores cívicos’ para estimular ‘bons comportamentos e atitudes dos alunos’.

A Escolha das Escolas

No contexto da implementação do Pecim, Leonardo criticou a decisão do governo de Ribeirão Preto de aderir ao programa. Ele destacou que a seleção das escolas Nelson Machado, Prof. Dr. Jaime Monteiro de Barros e Prof. Honorato de Lucca era problemática.

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Repercussões e Consequências

Sobre a decisão do juiz, Leonardo viu a situação como uma forma de censura prévia e protetiva para ‘todas as pessoas que são brancas, da classe média, da elite, da burguesia brasileira sobre qualquer acusação de racismo’.

O Outro Lado

Felipe Elias Miguel, abordado para comentar o caso, recusou-se a fazer declarações através de sua advogada e da assessoria da prefeitura. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) também foi contatado para intermediar uma conversa com o juiz Ronan Severo de Araujo, mas afirmou que os magistrados têm independência funcional para decidir de acordo com os autos e que o TJSP não se manifesta sobre questões jurisdicionais.

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