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Por Que o Mercado de Trabalho Brasileiro Está Resistindo à Tempestade dos Juros Altos?
O Fenômeno do Emprego em Alta Apesar dos Juros Estratosféricos
Enquanto economistas ao redor do mundo se perguntam como os mercados de trabalho podem sobreviver às políticas monetárias restritivas, o Brasil apresenta um caso único. A taxa de desocupação, agora fixada em 5,8%, é a menor desde 2012, data em que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) começou a ser realizada. Mas como isso é possível num cenário onde os juros estão na casa dos 15% ao ano? A resposta está em uma combinação de fatores estruturais e conjunturais que moldam a dinâmica econômica brasileira.
A Economia Brasileira: Um Farol no Nevoeiro Global
Por Que o Brasil Consegue Criar Empregos Enquanto Outros Países Sofrem?
O Brasil parece estar navegando contra a maré global. Enquanto países desenvolvidos e emergentes enfrentam dificuldades para gerar novos postos de trabalho, o mercado brasileiro caminha a passos largos rumo à plena ocupação. Segundo dados do IBGE, o país atingiu um recorde histórico com 102,3 milhões de pessoas empregadas no trimestre encerrado em junho de 2025. Esse número representa um aumento de 1,8 milhão de trabalhadores em relação ao primeiro trimestre do mesmo ano.
O que explica essa resiliência? Para especialistas, a resposta está na heterogeneidade da economia brasileira. “Temos um setor informal robusto, que funciona como um amortecedor em tempos de crise”, afirma Gilberto Braga, professor do Ibmec. Além disso, políticas públicas voltadas para a geração de empregos formais têm contribuído significativamente para o aquecimento do mercado.
Os Pilares do Sucesso: Carteira Assinada e Rendimento Médio
O Recorde das Contratações Formais
Outro dado que chama a atenção é o aumento no número de trabalhadores com carteira assinada. Em 2025, o contingente chegou a 39 milhões, consolidando-se como o maior patamar já registrado. Essa tendência reflete a confiança das empresas em manter suas operações, mesmo diante de um cenário de incerteza econômica.
Mas o que motiva as empresas a contratar formalmente? Para analistas, a resposta está na melhoria do ambiente de negócios e nas reformas estruturais implementadas nos últimos anos. “A redução da burocracia e os incentivos fiscais têm sido fundamentais para atrair investimentos e estimular a formalização”, explica Maria Clara Santos, economista do Banco Central.
Rendimentos em Alta: O Bônus do Crescimento Econômico
Além do aumento no número de empregos, o rendimento médio mensal dos brasileiros também registrou alta, alcançando R$ 3.477. Esse aumento reflete não apenas a criação de vagas mais qualificadas, mas também a valorização dos salários em setores estratégicos, como tecnologia e serviços financeiros.
Juros Altos vs. Mercado de Trabalho: Uma Contradição Aparente
Como os Juros Altos Não Estão Matando o Emprego?
A política monetária adotada pelo Banco Central, com a Selic em 15% ao ano, tem como objetivo conter a inflação. No entanto, historicamente, altas taxas de juros tendem a desacelerar a economia, impactando diretamente o nível de emprego. Então, por que isso não está acontecendo no Brasil?
Para Braga, o segredo está na composição da demanda interna. “O consumo das famílias continua forte, impulsionado por programas sociais e pela expansão do crédito consignado”, diz ele. Além disso, o setor agrícola, que responde por uma fatia significativa do PIB nacional, tem sido menos sensível aos juros altos, garantindo a estabilidade do mercado de trabalho.
As Lições do Caso Brasileiro para o Mundo
O Que Outros Países Podem Aprender Com o Brasil?
O sucesso do Brasil em manter o nível de emprego elevado apesar dos juros altos oferece lições valiosas para outros países. Primeiro, a importância de políticas públicas que promovam a formalização do mercado de trabalho. Segundo, a necessidade de diversificar a economia para reduzir a dependência de setores específicos.
“O Brasil demonstra que é possível equilibrar crescimento econômico e inclusão social, mesmo em um cenário adverso”, afirma João Pedro Ferreira, diretor do Instituto de Economia Aplicada.
Desafios Futuros: Onde o Brasil Precisa Melhorar?
A Informalidade Ainda É Um Problema
Apesar dos avanços, a informalidade ainda representa um desafio significativo. Cerca de 40% dos trabalhadores brasileiros continuam fora do mercado formal, sem acesso a direitos básicos como férias remuneradas e FGTS. Para especialistas, a solução passa por ampliar os incentivos fiscais e simplificar o processo de contratação.
A Questão da Produtividade
Outro ponto crítico é a produtividade. Apesar do aumento no número de empregos, o Brasil ainda está abaixo da média global nesse indicador. Investir em educação e qualificação profissional será essencial para superar esse obstáculo.
Conclusão: Um Futuro Promissor, Mas Não Garantido
O Brasil está provando que é possível resistir à pressão dos juros altos e manter um mercado de trabalho aquecido. No entanto, o futuro dependerá de decisões estratégicas que garantam a sustentabilidade desse crescimento. Políticas públicas eficazes, investimentos em inovação e uma agenda voltada para a inclusão social serão fundamentais para consolidar os ganhos recentes.
Se o país conseguir superar os desafios que ainda persistem, poderá se tornar um exemplo global de como equilibrar política monetária restritiva e geração de empregos. A pergunta que fica é: será que o Brasil está pronto para assumir esse papel de liderança?
Perguntas Frequentes (FAQs)
1. Por que a taxa de desemprego no Brasil está tão baixa?
A combinação de políticas públicas, aumento do consumo das famílias e diversificação econômica tem contribuído para a queda da taxa de desemprego.
2. Os juros altos não afetam o mercado de trabalho?
Embora os juros altos normalmente impactem negativamente o emprego, o Brasil tem conseguido resistir graças à força do consumo interno e à diversificação de sua economia.
3. Qual é o papel do setor informal nesse cenário?
O setor informal atua como um amortecedor, absorvendo parte da mão de obra que não encontra espaço no mercado formal.
4. Quais são os principais desafios para o futuro?
Reduzir a informalidade, aumentar a produtividade e investir em educação e qualificação profissional são prioridades para garantir o crescimento sustentável.
5. Como o Brasil pode servir de exemplo para outros países?
Ao equilibrar crescimento econômico e inclusão social, o Brasil demonstra que é possível gerar empregos mesmo em um cenário de juros altos, oferecendo lições valiosas para outras nações.
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