Polêmica no ENEM – Agronegócio em Debate

A recente edição do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), realizada em novembro, gerou controvérsia entre os líderes do agronegócio brasileiro. O motivo? Questões que, segundo eles, apresentavam conteúdo “ideológico” e “desinformante” em relação ao setor.

Isan Rezende: O Descontentamento de um Líder

Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio (IA), expressou sua insatisfação de maneira enfática. Rezende condenou as questões em questão e exigiu uma intervenção rápida do Ministério Público Federal.

>‘A ideologia sem base científica flutua no esgoto da ignorância. É inaceitável que questões ideologizadas tenham encontrado espaço no ENEM. A educação deve ser orientada pela imparcialidade e pela busca de conhecimento sólido. Essa questão deveria ser nula, e é preocupante que tenha sido incluída. Esperamos que o Ministério Público Federal analise essa situação de perto para garantir a integridade e a imparcialidade do ENEM’, disse Isan.

Pedro Lupion e a Frente Parlamentar da Agropecuária

O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion (PP-PR), também expressou sua indignação, afirmando que “colocar o agronegócio contra o país é um negacionismo científico sem precedentes”.

A FPA, por sua vez, publicou uma nota oficial, solicitando uma postura urgente do governo federal. Os parlamentares pediram a anulação das questões 70, 71 e 89, que abordavam temas relacionados ao desmatamento, às populações indígenas e ao agronegócio.

>‘Este é o único país do globo no qual seu próprio governo federal propaga desinformação sobre a principal atividade econômica e de produção de riqueza, renda e empregos. A serviço dos brasileiros? Associar crimes à atividade legal é informação?’, questiona a FPA.

A Nota da FPA na Íntegra

A FPA espera uma posição urgente do governo brasileiro sobre questões de cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico apresentadas no Exame Nacional do Ensino Médio, prova de admissão à educação superior, aplicada pelo Ministério da Educação.

1. O ENEM é um exame de avaliação do conhecimento. As perguntas mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica, permitem que o aluno marque qualquer resposta, dependendo de seu ponto de vista. Anulação já!
2. É inconcebível o governo federal utilizar desinformação em uma prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros.
3. A anulação das questões é indiscutível, conforme literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo.
4. Este é o único país onde o próprio governo propaga desinformação sobre a principal atividade econômica e de produção de riqueza, renda e empregos.
5. A ineficiência do Estado Brasileiro está exposta. Vincular crimes à atividade legal no Brasil é um critério de retórica política para encobrir a ausência do Estado no desenvolvimento de políticas públicas eficientes e de combate à ilegalidade.

Ações Propostas e Dados Oficiais

A FPA propõe a convocação do Ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Além disso, solicita informações ao Ministério da Educação sobre a banca organizadora do ENEM 2023 e as referências bibliográficas utilizadas para a construção do exame.

Em 2023, a cadeia produtiva no Brasil movimentou R$ 2,63 trilhões, cerca de 24,4% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional (CEPEA/CNA). Além disso, proporcionou emprego e renda para 28 milhões de brasileiros, apenas no 1º trimestre deste ano, representando cerca de 27% do total de empregos no país. (CEPEA/CNA).

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