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O Outro Lado da BR-319 – Uma análise aprofundada
A BR-319(https://pt.wikipedia.org/wiki/BR-319) (Manaus-Porto Velho) é como um universo paralelo. Nela, a vida transcorre de uma maneira muito específica e desafiadora.
A Vida na BR-319
Magno, um taxista local, desperta antes do nascer do sol, normalmente por volta das 4h, e só descansa após as 21h. Seu trabalho envolve transportar cargas e passageiros para Autazes e Careiro Castanho (100km). Ele enfrenta diariamente a travessia das balsas sobre os rios Curuça e Autaz Mirim, substitutas improvisadas das pontes que ruíram(https://www.portalmarcossantos.com.br/2023/05/19/cai-mais-uma-ponte/).
A Realidade das Balsas
As balsas, que foram colocadas como um paliativo para substituir as pontes, já entraram para a história. São consideradas as mais lentas do mundo. Atualmente, com o rio em processo de secagem, atravessam menos de 100 metros. Uma verdadeira travessia a passos de formiga.
Os funcionários das balsas, sob a pressão constante da população que depende desse serviço, vivem em condições estressantes. Ocasionalmente, devido à pressão e ao cansaço, deixam de levantar a ponte de desembarque, o que resulta em consequências negativas para a infraestrutura local.
A Praga das Carapanas
Outro elemento digno de menção na BR-319 é a infestação de carapanas. Por algum fenômeno desconhecido, esses insetos parecem ter escolhido os rios Curuça e Autaz Mirim para realizar uma espécie de ‘congresso internacional permanente’. Eles são maiores que o normal e suas picadas são extremamente dolorosas.
Os motoristas mais experientes evitam abrir as janelas do carro para não serem atacados pelas carapanas. Mas a pergunta que fica é: como os trabalhadores das balsas conseguem suportar tantas picadas?
Regulamentações das Balsas
Existem algumas ‘regras das balsas’ que são importantes de se conhecer.
Carros-tanque, responsáveis pelo transporte de combustível, não podem atravessar junto de outros veículos. Isso implica que, quando chegam a sua vez na fila, precisam fazer a travessia sozinhos. Este procedimento acaba contribuindo para o caos nas balsas.
O Tráfego de Carretas
As carretas são um capítulo à parte na história da BR-319.
O custo para transportar uma carreta entre Porto Velho e Manaus, utilizando as balsas que fazem esse serviço pelo rio Madeira, é de cerca de R$ 10 mil. No entanto, ao optar por fazer o trajeto pela BR-319, esse custo cai para R$ 4 mil.
É por isso que, não importa os estragos que causam à rodovia, centenas de carretas pesadas passam pelas balsas do Curuça e do Autaz Mirim.
O Impacto do Turismo
A BR-319 é a porta de entrada principal para o turismo de pesca esportiva, uma atividade em franco crescimento no Amazonas. No entanto, as condições precárias da estrada e das balsas podem desencorajar turistas, especialmente estrangeiros.
A Atuação do MPF
O Ministério Público Federal (MPF) surge como a última esperança para os usuários da BR-319. A situação tornou-se uma questão humanitária, e é essencial que as autoridades tomem conhecimento da realidade enfrentada pelos habitantes e trabalhadores da região.
Conclusão
A BR-319 é uma estrada federal que carece de atenção e investimentos. As condições de vida e trabalho dos que dependem dela são desafiadoras. É necessário que as autoridades competentes tomem medidas para melhorar a situação, em respeito aos direitos dos cidadãos brasileiros que vivem e trabalham na região.
Veja o vídeo da passagem de uma das 150 bitrens, passando sobre a ponte do Paraná do Araça:
Artigo escrito por Marcos Santos para o Portal Marcos Santos. Leia também: A eleição que supera as de prefeito e vereador(https://www.portalmarcossantos.com.br/2023/08/02/a-eleicao/).
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