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O Impacto Contínuo do Caso Samarco – Renda e Alimentação em Risco, Revela Estudo
Introdução
Um novo estudo realizado em quinze municípios de Minas Gerais revelou que a população ainda enfrenta as consequências do colapso da barragem da mineradora Samarco, que ocorreu exatamente oito anos atrás.
Contexto Histórico
A tragédia teve lugar em 5 de novembro de 2015, quando a barragem da Samarco, localizada em Mariana, estourou, liberando uma enxurrada de rejeitos que se espalhou pela Bacia do Rio Doce. O incidente resultou na morte de dezenove pessoas e afetou a vida de muitos em dezenas de municípios mineiros e capixabas.
Impacto Econômico e Alimentar
Segundo o estudo, a carência de peixes e a redução na produção agrícola são indicadas como sinais de que há um dano continuado, que persiste limitando a renda e a alimentação dos atingidos. Mais de um terço dos entrevistados afirmou que não teve acesso a nenhum programa de reparação e mais de 80% acreditam que ainda são necessárias medidas para garantir trabalho, gerar renda e promover a saúde.
Desvalorização do Patrimônio
Outra consequência significativa relatada por 56,31% dos atingidos é a desvalorização permanente de seus patrimônios no mercado imobiliário.
Sobre o Estudo
Conduzido pela Associação Estadual de Defesa Ambiental (Aedas), o estudo, intitulado ‘Registro Familiar’, visava esclarecer os efeitos e as percepções dos atingidos após oito anos do rompimento da barragem. Os dados foram coletados entre junho e setembro, com 1.873 pessoas de cerca de 600 núcleos familiares sendo entrevistadas.
Deterioração da Qualidade da Água
De acordo com o levantamento, a má qualidade da água do Rio Doce está intimamente ligada aos danos relatados pelos atingidos. Aqueles que dependiam da pesca para alimentação e renda afirmam que não conseguem mais pescar como antes do colapso da barragem. Além disso, os agricultores que dependem do Rio Doce para irrigação lamentam que as plantações se tornaram menos resistentes e produtivas.
Aumento das Despesas Pessoais
Os resultados do estudo mostram que 91,94% dos entrevistados afirmaram que as despesas pessoais ou familiares aumentaram após o rompimento da barragem, sendo que para 84,89% houve alta nos gastos com alimentação.
Impacto de Gênero
O estudo também buscou entender os danos sob uma perspectiva de gênero. Para 75,11% dos entrevistados, houve aumento das atividades ou das tarefas realizadas por mulheres.
Medidas de Reparação
O estudo da Aedas também procurou avaliar o alcance das medidas reparatórias e o grau de participação no processo de construção dessas medidas. Segundo o levantamento, 75% dos entrevistados afirmam não ter recebido o auxílio emergencial.
A Fundação Renova
Em resposta, a Fundação Renova, criada para gerir mais de 40 programas de reparação, afirmou que até agosto de 2023, foram destinados R$ 32,66 bilhões às ações de reparação e compensação.
Depoimentos
Para marcar os oito anos da tragédia, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) lançou a campanha Revida Mariana, divulgando histórias pessoais relacionadas com a tragédia.
Monitoramento da Biodiversidade Aquática
O MAB também tem chamado atenção para o 4º Relatório Anual do Programa de Monitoramento da Biodiversidade Aquática, publicado em agosto pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Conclusão
Apesar dos esforços de reparação, o estudo conduzido pela Aedas revelou que os impactos do rompimento da barragem da Samarco ainda são sentidos pelos afetados, principalmente em termos de renda e alimentação. É evidente que medidas adicionais precisam ser tomadas para garantir a recuperação total dessas comunidades.
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