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O Centro de Gravidade Mundial Mudará em 1º de Janeiro de 2024
1. A Expansão do BRICS
No último dia da cúpula do BRICS, realizada em Joanesburgo, África do Sul, os cinco países fundadores – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – acolheram seis novos membros: Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU). Essa expansão significativa agora inclui quase metade da população mundial, com um Produto Interno Bruto (PIB) combinado globalmente de 36,4%.
1.1. Comparação com o G7
Em contraste, os países do G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) compreendem apenas 10% da população global, com uma participação no PIB mundial de 30,4%. Em 2021, as nações que agora compõem o grupo expandido do BRICS foram responsáveis por 38,3% da produção industrial global, enquanto os países do G7 representaram apenas 30,5%.
2. O Poder Crescente do BRICS
Os indicadores mostram que o BRICS, apesar dos desafios internos, agora representa uma fatia maior do PIB global do que o G7. Essa mudança de poder está atraindo o interesse de mais de 40 países que desejam participar da aliança, embora apenas 23 tenham se candidatado antes do encontro na África do Sul.
2.1. A Rejeição da Discriminação Comercial
Na cúpula, o presidente da Indonésia, Joko Widodo, expressou a necessidade de rejeitar a discriminação comercial e defender a cooperação igualitária e inclusiva. Essa postura ecoa o sentimento entre muitos membros do BRICS de que o G7 não pode mais ditar as regras do comércio mundial.
3. O Papel do BRICS na Construção de Novas Plataformas Regionais
O BRICS não opera isoladamente, mas em conjunto com novas formações regionais que visam construir plataformas fora do controle ocidental, como a Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (CELAC) e a Organização de Cooperação de Xangai (SCO).
3.1. O Aumento do Regionalismo
A participação no BRICS tem o potencial de melhorar o regionalismo para aqueles que já fazem parte desses fóruns regionais. Ambos os conjuntos de órgãos inter-regionais estão se inclinando para uma mudança histórica apoiada por dados importantes, analisados pelo Instituto Tricontinental de Pesquisa Social.
4. O Declínio do Norte Global
Os fatos são claros: a participação do Norte Global no PIB mundial diminuiu de 57,3% em 1993 para 40,6% em 2022. Em contraste, o Sul Global, excluindo a China, tinha um PIB maior do que o do Norte Global em 2022.
5. A Nova Guerra Fria
O Ocidente, talvez devido ao seu rápido declínio econômico relativo, está lutando para manter sua hegemonia, conduzindo uma nova Guerra Fria contra estados emergentes, como a China.
6. A Inclusão de Monarquias no BRICS
Ao refletir sobre a inclusão de países tão diversos, incluindo duas monarquias, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que ‘o que importa não é a pessoa que governa, mas a importância do país.’
7. As Três Questões Centrais
No centro do crescimento do BRICS estão pelo menos três questões: controle sobre o fornecimento e as rotas de energia, controle sobre os sistemas financeiros e de desenvolvimento globais, e controle sobre as instituições de paz e segurança.
8. A Configuração Energética do BRICS
A maior configuração do BRICS agora criou um grupo energético significativo. Irã, Arábia Saudita e EAU, membros da OPEP, juntamente com a Rússia, um dos principais membros da OPEP+, agora são responsáveis por quase 30% da produção diária global de petróleo.
9. O Papel da China na Diplomacia do Petróleo
O papel da China na intermediação de um acordo entre o Irã e a Arábia Saudita em abril permitiu a entrada desses dois grandes produtores de petróleo no BRICS.
10. A Iniciativa do Cinturão e Rota
A Iniciativa do Cinturão e Rota (ICR), liderada pela China, já criou uma rede de plataformas de petróleo e gás natural no Sul Global. Há toda a expectativa de que o BRICS expandido comece a coordenar sua infraestrutura de energia fora da OPEP+.
A mudança no centro de gravidade mundial representa uma nova ordem geopolítica e econômica global. Com a expansão do BRICS, o controle sobre o comércio, a produção industrial e as rotas de energia está mudando gradualmente para o Sul Global. Este é apenas o começo de uma nova era de cooperação e desenvolvimento global.
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