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Mulheres na Física – A Busca pela Igualdade de Gênero nas Ciências Exatas
Introdução
A conquista do Nobel de Física de 2023 pela cientista francesa Anne L’Huillier evidencia a luta constante por igualdade de gênero na Física e outras ciências exatas. Apesar de ser a quinta mulher a ganhar este prestigioso prêmio, ela ainda representa uma pequena parcela de apenas 2,2% das personalidades laureadas nesta categoria. No Brasil, a presença feminina na Física ainda é considerada modesta quando comparada aos seus pares masculinos.
Representatividade Feminina na Física Brasileira
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Física (SBF), as mulheres representam 32% do total de membros da comunidade em 2018[^1^]. Embora sejam minoria, elas têm se destacado através de várias iniciativas voltadas para atrair mais mulheres para carreiras científicas e afirmar que é possível ser mulher e ter uma carreira em ciências exatas.
[^1^]: Dados da Sociedade Brasileira de Física (SBF)Iniciativas Promovendo Mulheres na Ciência
Uma dessas líderes é a física e professora Débora Menezes, Diretora de Análise de Resultados e Soluções Digitais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ela acredita que a discussão de gênero na Física e em outros campos das ciências exatas se tornou uma pauta permanente. Menezes é também uma das organizadoras de um relatório sobre questões de gênero na Física e coordena o canal do YouTube Mulheres na Ciência e seu parceiro no TikTok.
Mulheres na Ciência
Durante a 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2023, o trabalho desenvolvido por pesquisadoras que contribuíram de forma significativa para a Física foi celebrado. No estande das Meninas na Ciência, montado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), as professoras Elis Sinnecker e Thereza Paiva promoveram o projeto ‘Tem Menina no Circuito’. Este projeto atua em escolas públicas de comunidades de baixa renda do Rio de Janeiro, oferecendo atividades que unem elementos de artesanato com componentes da eletrônica convencional.
Prêmio Internacional para o Projeto ‘Meninas no Circuito’
Em 2022, o projeto ‘Meninas no Circuito’ foi agraciado com o prêmio internacional 2022 Science Outreach Winner, concedido pela revista Nature em parceria com a empresa francesa Estée Lauder.
Exposição ‘Se Liga, São Elas na Física’
Outra iniciativa notável é a exposição ‘Se Liga, São Elas na Física’, que esteve em cartaz na Casa da Ciência da UFRJ. A exposição, que contou com o apoio do CNPq e da FAPERJ, apresentou diversos experimentos interativos relacionados às pesquisas de mulheres que revolucionaram a Física.
Mulheres na Física: A Percepção Delas
No entanto, apesar dessas iniciativas, um relatório de 2018 da SBF destacou a falta de diversidade na sociedade de físicos e a prevalência de assédio sexual e moral, especialmente contra pessoas de grupos minoritários. Segundo o relatório, 32% das físicas afirmaram ter sofrido assédio sexual, enquanto 52% relataram ter sofrido assédio moral. Esses números são significativamente maiores do que os de seus colegas do sexo masculino.
Conclusão
Embora progressos tenham sido feitos, ainda há muito trabalho a ser feito para alcançar a igualdade de gênero na Física e em outras ciências exatas. No entanto, com a determinação e a paixão das mulheres que estão na vanguarda desta luta, há esperança de que um futuro mais equitativo esteja ao alcance.
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