Impacto da Guerra na Economia Palestina – Desemprego e Incerteza Dominam

Introdução

A recente guerra entre Israel e Hamas desencadeou uma crise de desemprego entre os trabalhadores da construção civil palestinos em Israel. Essa situação alarmante é uma das muitas consequências devastadoras do conflito.

A vida dos trabalhadores palestinos

Isa Zeita, 36, é um dos quase 100 mil trabalhadores da construção civil palestinos que estão atualmente desempregados devido à suspensão das permissões de trabalho pelo governo de Binyamin Netanyahu. Zeita passa seus dias a fumar, jogar cartas e beber café, esperando ansiosamente por uma chamada ou mensagem que lhe traga a notícia de que pode voltar ao trabalho.

> ‘Estou há quase um mês sem conseguir fazer um único centavo’, diz Zeita. ‘As coisas estão começando a ficar muito complicadas.’

O cenário de desemprego

Segundo a Autoridade Nacional Palestina (ANP), cerca de 140 mil pessoas estão desempregadas como resultado da suspensão das permissões de trabalho. Além disso, com a perda das oportunidades de trabalho em Israel, a taxa de desemprego na Cisjordânia pode atingir níveis semelhantes aos de Gaza antes do início da guerra.

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Construção Civil em Israel

Os trabalhadores palestinos representavam mais de 60% da força de trabalho na construção civil em Israel. O vice-presidente da Associação das Empresas de Construção Civil de Israel, Haim Feiglin, expressa a preocupação do setor com a repentina escassez de trabalhadores.

> ‘Nós não conseguimos ver a possibilidade de voltar a trabalhar com os palestinos nos próximos anos. Simplesmente não há mais espaço para isso depois do que aconteceu’, diz Feiglin.

A pressão para novos vistos de trabalho

Feiglin revela que o setor de construção está pressionando o governo de Israel para liberar até 100 mil vistos de trabalho, permitindo que as empresas tragam trabalhadores de outros países para substituir os palestinos.

Impacto na economia da Cisjordânia

A decisão do governo israelense de suspender o visto de trabalho dos palestinos pode ter um impacto devastador na economia da Cisjordânia. Samir Huleileh, economista e ex-secretário do gabinete do primeiro-ministro da ANP, prevê uma queda de quase 50% na capacidade de consumo.

> ‘Isso só vai tornar as coisas mais difíceis. Vai trazer mais pobreza, mais reações violentas. Eu realmente espero que o governo de Israel reveja essa posição’, diz Huleileh.

Os trabalhadores de Gaza

Além dos operários da Cisjordânia, cerca de 10 mil trabalhadores de Gaza também perderam seus empregos. Muitos deles estavam em Israel quando os ataques aconteceram e agora estão alojados em diferentes cidades da Cisjordânia, sem emprego e sem a possibilidade de retornar para suas famílias em Gaza.

A percepção israelense

Em meio a tudo isso, muitos israelenses, como Avi, 65, se sentem aliviados com a suspensão das atividades de construção.

> ‘Acabou, não há mais espaço para eles aqui. Teremos que trazer pessoas de outros lugares. Não há mais como termos palestinos entre nós’, afirma Avi.

Resignação e esperança

No pequeno café onde Isa Zeita passa seus dias, há uma mistura de desespero e resignação. Muitos não sabem como vão conseguir dinheiro para sustentar suas famílias com a súbita perda do trabalho. Mas, de alguma forma, parecem aceitar a ideia de que as coisas agora são diferentes de outras crises do passado.

Conclusão

A guerra entre Israel e Hamas deixou um rastro de destruição e incerteza. Os trabalhadores palestinos, que dependiam do emprego em Israel para sustentar suas famílias, agora enfrentam uma crise de desemprego sem precedentes. Enquanto aguardam ansiosamente por uma mudança na situação, a economia da Cisjordânia enfrenta uma queda devastadora.

Fontes

1. Folha – Guerra deixa milhares de palestinos desempregados em Israel

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