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Gravidez na adolescência – Uma realidade no Rio Grande do Norte
A gravidez na adolescência é uma realidade que tem se tornado cada vez mais comum no Rio Grande do Norte. Nos últimos quatro anos, quase 30.000 crianças nasceram de mães adolescentes no estado.
A história de Emily
Emily (nome fictício) é uma dessas adolescentes. Com apenas 16 anos, ela já é mãe de um bebê de três meses, Gabriel. Emily é um exemplo de maturidade e força, enfrentando os desafios da maternidade precoce com determinação e apoio familiar.
Dados alarmantes
De acordo com o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), entre 2018 e 2021, 1.457 crianças nasceram de meninas com idade entre 10 e 14 anos. Para as jovens de 15 a 19 anos, o número sobe para 25.798. Natal lidera o ranking de municípios com o maior número de casos, seguido por Mossoró, São José de Mipibu, Santa Cruz e Macaíba.
Riscos da gravidez na adolescência
A gravidez na adolescência traz riscos significativos tanto para a mãe quanto para o bebê. A médica obstetra Priscylla Carolynne, da Maternidade Escola Januário Cicco (Mjec-UFRN/Ebserh), explica que a gravidez em meninas entre 10 a 20 anos é considerada gravidez na adolescência, sendo mais arriscada quando ocorre antes dos 15 anos.
Impacto na educação
Além dos riscos à saúde, a gravidez na adolescência também afeta a educação das jovens mães. Muitas vezes, elas precisam interromper os estudos para cuidar dos filhos, o que impacta significativamente suas perspectivas de futuro.
Políticas públicas
Apesar dos desafios apresentados pela gravidez na adolescência, as políticas públicas ainda são incipientes. A médica Priscylla Carolynne afirma que essas jovens geralmente são filhas de mães que também foram mães na adolescência, e muitas enfrentam dificuldades em conseguir medicamentos, realizar exames e até mesmo ultrassonografias essenciais ao pré-natal.
A importância da educação sexual
Para combater a gravidez na adolescência, muitos defendem a necessidade de educação sexual adequada nas escolas. Michelly Nóbrega, médica ginecologista e obstetra da Januário Cicco, argumenta que a educação sexual não é um incentivo à sexualização, mas um esclarecimento necessário para as jovens.
Projeto ‘Autoproteção’
Atualmente, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) está trabalhando para institucionalizar um projeto chamado ‘Autoproteção’ em todas as escolas da capital. O objetivo é esclarecer as crianças e adolescentes sobre a gravidez na adolescência e a importância de preveni-la.
Assistência psicológica
A psicóloga Alexsandra Braga Torres, da MEJC, destaca a importância do atendimento psicológico para as adolescentes grávidas. Ela explica que a adolescência é um período de vulnerabilidade por si só, e a gravidez não planejada pode aumentar ainda mais essa vulnerabilidade.
Conclusão
A gravidez na adolescência é uma realidade que precisa ser enfrentada com políticas públicas eficazes e educação sexual adequada. A história de Emily é apenas uma entre milhares, e é fundamental que essas jovens recebam o apoio e a assistência necessária para enfrentar os desafios da maternidade precoce.
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