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A Lei Maria da Penha e o Ciclo de Diálogos do CNMP A Lei Maria da Penha e o Ciclo de Diálogos do CNMP

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Diálogos Maria da Penha – Desafios persistentes no combate à violência contra a mulher

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A cada seis horas, uma mulher é assassinada no Brasil. Apesar de termos a Lei Maria da Penha há 17 anos e a Lei do Feminicídio há oito, os números alarmantes de violência doméstica e familiar contra a mulher continuam.

Recentemente, um evento promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) tratou deste problema. O Ciclo de Diálogos Maria da Penha foi transmitido ao vivo pelo canal do CNMP no YouTube no dia 31 de agosto.

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Iniciativa conjunta

Este evento foi uma iniciativa conjunta da Comissão de Defesa dos Direitos Fundamentais (CDDF), da Corregedoria Nacional do Ministério Público e da Ouvidoria Nacional do Ministério Público. O presidente da CDDF, conselheiro Rinaldo Reis, destacou que apesar dos avanços significativos trazidos pela Lei Maria da Penha, ainda existem muitos obstáculos a superar.

Subnotificação e novas formas de violência

Entre esses obstáculos, estão a subnotificação, a lentidão dos processos, a falta de recursos e infraestrutura e o surgimento de novas formas de violência, como a online e tecnológica. O ouvidor nacional do Ministério Público, Rogério Varela, concordou com essa visão, destacando a necessidade de um olhar de urgência para a questão.

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A luta de Maria da Penha

A própria Maria da Penha, que deu nome à lei, também participou do evento. Ela destacou a importância da atuação das instituições na defesa do legado da Lei Maria da Penha para as mulheres brasileiras.

Desafio orçamentário

A falta de recursos é um dos principais desafios no combate à violência contra a mulher. Segundo Maria da Penha, as políticas de proteção às mulheres não são priorizadas na execução das políticas públicas.

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Importância do Ministério Público

Maria da Penha também ressaltou a importância do Ministério Público como uma instituição essencial no enfrentamento à violência contra a mulher. Ela defendeu que o Ministério Público deve ampliar sua atuação especializada e cada vez mais engajada nesta causa.

Avaliação da aplicabilidade da Lei Maria da Penha

O corregedor nacional do Ministério Público, Oswaldo D’Albuquerque, falou sobre o objetivo do Ciclo de Diálogos Maria da Penha: avaliar a aplicabilidade e eficácia da Lei Maria da Penha e dos avanços legislativos, além de observar os instrumentos a serem aprimorados e implementados para a colaboração do Ministério Público brasileiro na prevenção e enfrentamento da violência contra a mulher.

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Ouvidoria das Mulheres

Antes da edição da Recomendação Nº 89/2022, o CNMP publicou a Recomendação nº 88/2022, que cria a Ouvidoria das Mulheres. Este é um canal especializado em todos os ramos e unidades do Ministério Público. Segundo o ouvidor nacional do Ministério Público, conselheiro Rogério Magnus Varela, a Ouvidoria das Mulheres recebeu mais de 1.445 manifestações em 2022, o que mostra o aumento da demanda.

O aumento da violência contra a mulher no Brasil

O aumento da violência contra a mulher no Brasil é perceptível. A promotora de Justiça do Ministério Público de Pernambuco e responsável pela Ouvidoria das Mulheres no CNMP, Bianca Stella Azevedo Barroso, afirmou que há uma grande procura pelo canal e que é preciso ampliar a rede para que se torne um canal de transformação social.

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Falta de implementação de orçamento e a pandemia

A advogada e coordenadora-geral da Central de Atendimento às Mulheres, Ellen dos Santos Costa, falou sobre o crescimento da violência contra a mulher no país. Segundo ela, isso se deve à falta de implementação de orçamento, ultraconservadorismo, aumento do ódio, da misoginia e em decorrência da pandemia.

Importância da educação e autonomia econômica das mulheres

De acordo com Ellen dos Santos Costa, é preciso desenvolver ações não só voltadas ao enfrentamento da violência, mas também ações que estejam previstas na Lei Maria da Penha, tratando sobre a questão da educação, autonomia econômica e financeira das mulheres.

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Ações do Ministério Público

O conselheiro Oswaldo D’Albuquerque falou sobre a realização de correições temáticas de resolutividade, tendo como um dos eixos principais verificar a atuação dos Ministérios Públicos no combate à violência contra a mulher. Além disso, ele citou outras iniciativas da Corregedoria, como a Recomendação CNMP nº 2/2023, que trata de medidas para assegurar a atuação do Ministério Público com perspectiva de gênero.

Lei nº 14.542/2023

Uma iniciativa que vem sendo desenvolvida no âmbito do governo federal é a aprovação da Lei nº 14.542/2023, que reserva 10% das vagas do Sistema Nacional de Empregos (Sine) para mulheres vítimas de violência. O secretário de Qualificação e Fomento à Geração de Emprego e Renda do Ministério do Trabalho e Emprego, Magno Rogerio Carvalho Lavine, falou sobre os desafios para a efetivação dessa política.

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Escuta ativa

Por fim, a escuta ativa também foi apontada como necessária. ‘É importante dialogar porque foram muitos momentos de silêncio, muitos ciclos de silêncio forçado. Muitas mulheres, por não terem a quem falar, por não terem quem as ouvissem, foram violentadas, agredidas, desrespeitadas ao longo de anos e anos da vida. Então temos que quebrar esse ciclo do silêncio com diálogo, com conversa e, às vezes, com uma fala que precisa chegar a todos, nem que seja uma fala

Para informações adicionais, acesse o site

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