Notícias
Cidades no Espírito Santo podem ter espaços exclusivos para soltar pipas
As cidades do Espírito Santo estão considerando a criação de áreas específicas para a prática de soltar pipas, com o objetivo de diminuir riscos para a população, em especial motociclistas. A ideia surgiu durante uma audiência pública realizada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa (Ales) na quarta-feira (23), onde foi consenso a proposta de criar ‘pipódromos’.
O presidente da CCJ na Ales, deputado Mazinho dos Anjos (PSDB), afirmou que serão feitas indicações aos municípios e ao governo do Estado para a criação desses espaços reservados para os amantes das pipas.
Audiência Pública na Ales
A audiência pública teve como objetivo principal debater questões relacionadas ao uso de linha chilena e cerol, produtos com alto poder cortante, por pessoas que soltam pipas.
> ‘Durante os meses de férias, recebemos muitas reclamações, principalmente nas orlas de Vila Velha, Vitória e Serra. Queremos buscar soluções para as férias de janeiro, quando o problema pode retornar’, disse Mazinho.
Participação dos motociclistas
O ponto de vista dos motociclistas foi apresentado por Wilson Cunha Filho, o Fly, da Associação dos Proprietários de Harley-Davidson e do Bodes do Asfalto. Ele ressaltou que os motociclistas estão muito preocupados com a situação e defendeu a criação de locais específicos para soltar pipas.
Opinião dos amantes de pipas
Paulo Poloni, da Associação da Pipa Esportiva Capixaba (Apec), destacou que cidades como Vila Velha, Aracruz, Piuma, Afonso Claudio e Marataízes estão providenciando locais próprios para os praticantes de pipas. Ele também é a favor da criação de pipódromos e ressaltou que esses espaços podem fomentar o turismo e gerar emprego e renda para as comunidades.
> ‘Conseguimos alocar 70% da prática de um município nesses locais. Isso minimiza os problemas com a rede elétrica, com os motociclistas e com as crianças, que atravessam a rua para pegar as pipas’, disse Poloni.
Problemas com a rede elétrica
A EDP, uma das instituições presentes na reunião da CCJ, informou que de janeiro de 2022 até o presente mês foram 259.087 clientes impactados com desligamentos devido a pipas na rede elétrica. Para conscientizar a população sobre os riscos, a empresa tem realizado ações educativas nas comunidades.
> ‘Realizamos três eventos com a Central das Comunidades fazendo a ‘revoada de pipas’ em locais controlados em que fornecemos os kits com pipa, rabiola e carretel. É para mostrar que é possível soltar pipas respeitando as regras de segurança’, frisou o gerente de Segurança do Trabalho da EDP, Wagner Carnetti.
Posicionamento da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
O major da Polícia Militar (PMES) Isaac Rubim reforçou que a lei proíbe o uso de cerol e linha chilena e que a PMES trabalha para fazer cumprir a legislação. Já o coronel Washington, representante do Corpo de Bombeiros Militar, defendeu a importância de campanhas educativas nos diversos meios de comunicação e nas escolas para conscientizar sobre os riscos de soltar pipas com cerol e linha chilena.
Grupo de trabalho
Ao final da reunião, Mazinho sugeriu a criação de um grupo de trabalho para discutir o assunto através de um projeto de sua autoria que já tramita na Ales e que trata de regras mais rígidas para a prática de soltar pipas em vias públicas fazendo uso de cerol e linha chilena.
> ‘Temos legislação de quase todo o Brasil e estamos estudando como funciona em outros estados. Vamos fazer indicações para os prefeitos para regulamentarem áreas de pipas e montar um grupo de trabalho para receber sugestões’, concluiu o deputado.
Para informações adicionais, acesse o site