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Ana Rosilei – Uma história de força e superação
Ana Rosilei Rodrigues Araújo, também conhecida como “Anona”, é uma figura famosa em Ártemis, um distrito à beira do rio Piracicaba. Esta mulher de 1,79m de altura é comumente vista pedalando sua Monark Barra Forte azul pelas ruas da cidade – um símbolo de sua robustez e resistência.
Infância e juventude
Sua vida começou nos anos 1960, numa fazenda da Usina Iracema, em Iracemápolis. A casa onde morava era simples, sem água encanada, luz elétrica ou esgoto. Ana era a sexta de doze irmãos e, desde muito cedo, trocou os lápis da escola pelo alfanje da roça – um tipo de facão usado para cortar cana.
Sua educação formal durou apenas dois anos, suficientes para ela aprender a ler e escrever. No campo, ajudava a colher arroz e feijão, a malhar ou a bater os grãos para encher os jacás – cestos de bambu. Esta era uma época em que o trabalho começava antes do sol nascer e não tinha hora para terminar.
Mudanças e desafios
Aos 14 anos, a família de Ana mudou-se para a cidade, para uma casa no loteamento popular da COHAB. Neste período, ela começou a fumar e tentou retomar os estudos à noite, mas estava sempre cansada após um dia inteiro de trabalho no campo.
Ana também dedicava seu tempo ao cuidado de seu irmão mais novo, Sebastião, que sofria de paralisia infantil. Ela o levava para sessões de fisioterapia na usina, mas o tratamento foi interrompido por medo do pai de que Sebastião fosse queimado.
Conflitos familiares
Na família, apenas a mãe de Ana, Inês, era tabagista. O vício do pai era a bebida. Quando descobriu que Ana fumava escondida, obrigou-a a fumar um cigarro aceso até o fim e a engoli-lo. Este castigo, no entanto, não a fez parar de fumar.
O ambiente familiar era tumultuado, com frequentes episódios de violência do pai contra a mãe e contra os filhos. Em uma ocasião, Ana suspeitou que o pai tinha uma amante. Decidida a descobrir a verdade, escondeu-se no porta-malas do carro dele e flagrou a traição.
Fuga e maternidade
Ana era uma jovem rebelde. Se o pai a proibia de sair, ela fugia pela janela e ia ao encontro das amigas no bailão. Aos 20 anos, tornou-se mãe solteira de uma menina chamada Itaís.
Aos 24 anos, Ana mudou-se para Ártemis e casou-se com Francisco, um homem com boa educação e emprego estável no CTC – Centro de Tecnologia Canavieira. Este casamento foi motivo de orgulho para seu pai. Ana e Francisco tiveram mais dois filhos – Diangra e Francisco – e, mesmo com a família crescendo, Ana continuou trabalhando.
Carreira e superação
Ana trabalhou na Caterpillar como soldadora e, depois, como jardineira. No Hospital da Cana, atuou como auxiliar de limpeza. Esta também foi sua última ocupação, mas na Escola Professor José Martins de Toledo.
Em 2023, incentivada pela médica Janaína, com quem trata a diabetes, Ana procurou a Dra. Juliana Barbosa Previtalli para fazer um tratamento antitabagismo. Com determinação e persistência, conseguiu deixar o vício do cigarro, que durava mais de 45 anos.
A vida hoje
Hoje, Ana segue sua vida com alegria. Todos os dias, ela pega seu neto Miguel na escola com sua Monark Barra Forte. A bicicleta, robusta como ela, carrega o peso de Ana, 120 quilos, e o de Miguel, 50 quilos. Ana chegou a receber uma oferta de R$1.500,00 pela bicicleta, mas recusou – a bicicleta foi um presente do marido e não está à venda.
A história de Ana é um verdadeiro exemplo de força e superação. Ela enfrentou adversidades e desafios com coragem e determinação, sempre mantendo a cabeça erguida e o coração cheio de esperança.
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