Notícias
Aly Muritiba – O Otimista Inesperado do Cinema Brasileiro
Aly Muritiba, cineasta brasileiro aclamado em festivais internacionais, trilhou um caminho incomum para chegar onde está hoje. De uma pequena cidade na Bahia, sem sala de cinema, para ser selecionado pela Academia Brasileira de Cinema para competir por uma indicação ao Oscar.
A Trajetória Incomum de Muritiba
Natural de Mairi, uma cidade pequena do interior da Bahia, Muritiba não tinha acesso a uma sala de cinema durante sua infância. Seus primeiros empregos, que variaram de bilheteiro de metrô a agente penitenciário, não indicavam nenhuma inclinação para o mundo do cinema.
Entretanto, foi essa trajetória inesperada e distante do ambiente cinematográfico que ele credita por sua posição atual no mundo do cinema. Sua experiência como agente penitenciário, em particular, teve um papel importante em sua decisão de se matricular em um curso de cinema.
Descobrindo o Cinema
Enquanto trabalhava como agente penitenciário, Muritiba percebeu que poderia compensar suas horas de trabalho com estudos. Foi então que decidiu se matricular em um curso de cinema.
A partir dessa experiência, ele se propôs a transpor sua realidade para as telas, criando uma trilogia centrada no sistema carcerário: ‘A Fábrica’, ‘Pátio’ e ‘A Gente’. Essas obras marcaram o início de sua carreira como realizador de cinema.
Primeiros Sucessos e Reconhecimento
Após o sucesso de sua trilogia, Muritiba apresentou seu primeiro longa-metragem, ‘Para Minha Amada Morta’, em 2015. O filme foi premiado em Sundance e no Festival de Brasília, levando troféus em várias categorias. Isso marcou um ponto de virada em sua carreira, fazendo-o decidir se dedicar completamente ao cinema.
Em 2018, Muritiba lançou ‘Ferrugem’, uma obra que ganhou prêmios no Festival de Gramado e marcaram seu retorno ao Festival de Sundance.
Expansão Para Séries Televisivas
Depois de consolidar seu nome no cinema, Muritiba expandiu seu trabalho para as séries de televisão. Dirigiu episódios para produções como ‘Carcereiros’, ‘Irmandade’ e ‘Irmãos Freitas’. Além disso, assinou a produção de “O Caso Evandro”, um sucesso no Globoplay.
Cangaço Novo: Uma Inovação em Gramado
Recentemente, Muritiba fez história na 51ª edição do Festival de Gramado com a apresentação de sua série ‘Cangaço Novo’. A série se tornou a primeira atração televisiva a ser incorporada à programação oficial do evento.
‘Cangaço Novo’ é uma produção original da Amazon, disponível no Prime Video em mais de 240 países e territórios. A série gira em torno de Ubaldo, um bancário de São Paulo que descobre uma herança e duas irmãs no sertão cearense, desencadeando uma série de acontecimentos intrigantes.
Uma Conversa Com Muritiba
Em uma entrevista exclusiva, Muritiba discutiu uma variedade de temas, de sua trajetória à política brasileira, conceitos de masculinidade, visões pessimistas, sexualidade e outros assuntos pertinentes.
Infância e Influências Cinematográficas
Muritiba passou grande parte de sua infância assistindo filmes e outros conteúdos audiovisuais. Ele era particularmente atraído por filmes de aventura e artes marciais, como “Os Salteadores da Arca Perdida”, “Os Goonies”, e filmes estrelados por Jean-Claude Van Damme ou Sylvester Stallone.
A Escrita Como Refúgio
Durante a infância, Muritiba se voltou para a escrita, um refúgio para sua natureza introspectiva. Ele escrevia poesia, contos e letras de música. Hoje, ele se dedica à escrita de roteiros, focando em dramas e thrillers.
A Indústria Cinematográfica e Sua Visão Para o Futuro
Muritiba reconhece que a indústria cinematográfica brasileira é instável e passa por ciclos e crises. No entanto, hoje, ele sente que alcançou um certo grau de estabilidade e tem conseguido filmar com frequência.
Explorando a Masculinidade e a Sexualidade em Seus Trabalhos
Em suas obras, Muritiba busca retratar personagens que quebram o ciclo da toxicidade masculina. Ele também não tem medo de explorar a sexualidade e a repressão sexual, vendo-o como uma forma poderosa de expressão humana.
Conduzindo Suas Obras Com Pessimismo e Otimismo
Muritiba se descreve como um otimista quase ingênuo, mesmo que algumas de suas obras tenham uma visão pessimista sobre o estado atual das coisas. Ele acredita que é necessário algum grau de ingenuidade para criar bondade em um mundo cínico.
Desafiando a Masculinidade Tóxica
Muritiba acredita que a sociedade cria meninos para se tornarem adultos péssimos, incentivando a competição e a violência desde a infância. Ele vê a tomada de consciência dessa estrutura de educação para a violência como um primeiro passo para começar a desconstruí-la.
Esperança Para o Futuro
Apesar dos desafios enfrentados pelo Brasil nos últimos anos, Muritiba está cheio de esperança para o futuro. Ele vê a oportunidade de reconstruir o país em bases mais humanitárias.
Conclusão
A história de Aly Muritiba é um testemunho do poder do cinema e da arte de contar histórias. Ele trilhou um caminho incomum para se tornar um dos cineastas mais célebres do Brasil, provando que é possível alcançar o sucesso através da dedicação e da paixão pela sétima arte.
Para informações adicionais, acesse o site