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A Resiliência de Chico da Silva - Uma Análise Pós-Morte A Resiliência de Chico da Silva - Uma Análise Pós-Morte

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A Resiliência de Chico da Silva – Uma Análise Pós-Morte

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Introdução

Francisco da Silva, mais conhecido como Chico, foi um dos primeiros artistas brasileiros de ascendência indígena a alcançar reconhecimento internacional. Na década de 1960, suas pinturas, repletas de criaturas fantásticas e folclóricas, entrelaçadas em lutas renhidas e campos alucinatórios de cores e padrões vibrantes, foram extremamente populares no Brasil e no exterior.

Início da Carreira

Nascido em 1910 – embora algumas fontes sugiram o período entre 1922 e 1923 – Chico era filho de pai peruano e mãe indígena do Ceará, na região Nordeste do Brasil. Passou sua juventude na floresta amazônica, onde a flora e a fauna exuberantes alimentavam sua imaginação artística.

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Quando criança, acompanhava o pai, que era barqueiro, nas jornadas pelo rio. Depois que o pai morreu em consequência de uma picada de cascavel, Chico se mudou com a mãe para Fortaleza. Lá, o artista autodidata começou a pintar pássaros nas paredes externas de casas de pescadores usando carvão, giz e matéria orgânica triturada como pigmento.

Encontro com Jean-Pierre Chabloz

Em 1943, o crítico de arte e artista suíço Jean-Pierre Chabloz, que imigrara para o Brasil, viu um dos murais de Chico e procurou seu autor. Chabloz estabeleceu uma amizade com Chico e passou a fornecer-lhe materiais de pintura e telas.

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Ao promover a obra de Chico em revistas de arte, Chabloz o caracterizou como ‘gloriosamente primitivo, divinamente analfabeto e, acima de tudo, um artista excepcional que, até então, só carecia de uma oportunidade favorável para revelar seus dons extraordinários’.

Dificuldades e Superação

De 1948 a 1960, Chabloz voltou a morar na Europa e, por falta de recursos, Chico diminuiu sua produção artística. Sua arte ganhou força novamente quando Chabloz retornou ao Brasil e conseguiu um emprego para Chico no museu de arte da Universidade Federal do Ceará em 1961.

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Nesse período, Chico recebeu um salário e criou cerca de 40 telas para a instituição ao longo de três anos. Chabloz também apresentou Chico ao seu primeiro marchand, Henrique Bluhm.

Crescimento e Reconhecimento

Com o aumento da demanda por suas obras, Chico começou a treinar assistentes e estudantes da favela do Pirambu, em Fortaleza, para pintar seguindo seu estilo característico. Nessa época, seu trabalho atraiu a atenção do historiador e crítico de arte Clarival do Prado Valladares, que o incluiu em uma exposição coletiva de arte naïf no pavilhão brasileiro da Bienal de Veneza em 1966. Chico também participou da Bienal de São Paulo de 1967.

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Ateliê do Pirambu

O Ateliê do Pirambu, como era chamado o estúdio de Chico, tornou-se um fenômeno local – e alvo de críticas. As pinturas de Chico eram vendidas nas ruas, sendo encontradas em mercados locais e em casas de toda a região.

Críticas e Polêmicas

Em um artigo de 1969 publicado no jornal ‘O Povo’, Chabloz rompeu publicamente com Chico, argumentando que a produção em larga escala do ateliê havia diluído a força de sua obra e depreciado seu valor artístico.

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Declínio e Morte

A resistência do establishment artístico coincidiu com o aumento do consumo de álcool e as internações de Chico em instituições psiquiátricas na década de 1970, das quais ele nunca se recuperou totalmente. Quando morreu, em 1985, vítima do alcoolismo, Chico se encontrava em um estado de desamparo, tendo sido praticamente esquecido pelo mundo da arte.

Resgate da Obra

Agora, uma nova onda de interesse e pesquisa está reavaliando a obra de Chico e reabrindo discussões sobre autoria, autonomia artística e exotização que permeiam sua história. Em 27 de outubro, a primeira grande exposição individual de seu trabalho em Nova York foi inaugurada na Galeria David Kordansky, com cerca de 25 pinturas e obras em papel do período entre os anos 1960 e o início dos anos 1970.

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Influência e Legado

Artistas indígenas brasileiros contemporâneos, como Denilson Baniwa e Jaider Esbell, destacaram a influência direta da obra de Chico. Esbell se suicidou aos 41 anos, em 2021, enquanto seu trabalho estava sendo exposto na Bienal de São Paulo.

Conclusão

Apesar das adversidades e críticas, Chico da Silva deixou um legado inestimável para a arte brasileira. Seu trabalho continua a ser estudado e apreciado, servindo de inspiração para novos artistas e reavivando discussões importantes sobre autoria, autonomia artística e exotização na arte. A resiliência de Chico da Silva é um testemunho do poder da arte como um meio de expressão e sobrevivência.

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‘Este conteúdo foi gerado automaticamente a partir do conteúdo original. Devido às nuances da tradução automática, podem existir pequenas diferenças’.
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