A Reinvenção da Guerra – A Utilização Estratégica de Tanques Antigos na Ucrânia

Enquanto o mundo se move cada vez mais para a modernidade, alguns aspectos parecem sempre recorrer ao passado. Um desses aspectos é a guerra. Recentemente, a Ucrânia decidiu integrar ao seu exército tanques de batalha alemães da era da Guerra Fria, uma estratégia que pode parecer obsoleta à primeira vista, mas que na verdade carrega sua própria lógica.

O Retorno do Leopard 1A5

O modelo de tanque em questão é o Leopard 1A5, um tanque de batalha que foi desativado de fabrico alemão. A Alemanha e a OTAN prometeram estes tanques à Ucrânia no início deste ano, após semanas de hesitação. Embora este modelo seja considerado ultrapassado por muitos, ele ainda tem seu valor.

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‘Agora temos que trabalhar para atingir essas metas mais rapidamente.’
– Tenente-coronel Marco Maulbecker, supervisor do treinamento dos tanques
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A Crítica e a Decisão

Inicialmente, a Alemanha foi criticada por sua hesitação em enviar os tanques para a Ucrânia. Isso refletia a relutância da Alemanha em assumir um papel de liderança militar na Europa após a Segunda Guerra Mundial, mas também destaca o crônico subfinanciamento do exército alemão.

Contudo, após os Estados Unidos e outros aliados se comprometerem a enviar também tanques, a Alemanha concordou em enviar até 18 tanques Leopard 2A6 modernos para a Ucrânia. No entanto, a maior parte do seu compromisso – mais de 100 tanques adicionais – consistiu no modelo Leopard 1A5.

O Valor do Antigo

Apesar de sua idade, o Leopard 1A5 ainda tem seu valor. Em comparação com os tanques T-72 de construção soviética, que as forças ucranianas também utilizam, o Leopard 1A5 é superior em muitos aspectos. Ele possui capacidade de visão noturna, um sistema de estabilização de armas e pode retroceder, o que não pode ser dito de todos os tanques de batalha mais antigos atualmente em ação na Ucrânia.

> ‘Esses tanques Leopard 1 não são realmente uma má opção.’
> – Christian Molling, especialista militar do Conselho Alemão de Relações Exteriores

O Treinamento

O treinamento para operar os Leopard 1A5 é um processo intensivo, envolvendo seis dias de treinamento por semana durante seis semanas. No entanto, a Ucrânia parece estar disposta a investir nesse tempo para maximizar a eficácia desses tanques no campo de batalha.

1. Visão Noturna
2. Estabilização de Armas
3. Capacidade de Retroceder

A Importância da Quantidade

Embora o Leopard 1A5 esteja gerações atrás dos tanques modernos que Kiev havia solicitado, ele tem outras vantagens: é mais fácil de dominar, manter e consertar. Além disso, a quantidade também desempenha um papel. O exército alemão, devido ao seu lento planejamento e subfinanciamento, não tinha realmente outra opção quando se tratava de doar um número significativo de tanques.

A Assistência Militar da União Europeia à Ucrânia

O recente treinamento, realizado em uma antiga base militar da Alemanha Oriental em Klietz, é uma parte fundamental da assistência militar da União Europeia à Ucrânia. A Alemanha, que é o segundo maior doador de ajuda militar direta à Ucrânia, planeja treinar 10.000 soldados ucranianos este ano. O compromisso alemão faz parte de um programa da UE que visa treinar 30 mil soldados ucranianos até o final do próximo ano.

O Futuro do Leopard 1A5 na Ucrânia

O Leopard 1A5 pode não ser o tanque mais moderno ou avançado disponível, mas ele tem seu lugar. Quando usado no contexto certo e no terreno certo, pode ser altamente eficaz em combate. Além disso, os tanques remodelados em que os soldados ucranianos estão treinando foram trazidos para Klietz pelos dinamarqueses, que também co-financiaram a doação dos Leopard 1A5. Outros 132 tanques, incluindo Leopard 1A5 especializados, serão enviados para a Ucrânia no próximo ano.

Conclusão

A guerra é uma realidade complicada e muitas vezes cruel, e as estratégias para combatê-la devem ser igualmente complexas. A decisão da Ucrânia de utilizar tanques Leopard 1A5 pode parecer obsoleta para alguns, mas na verdade é uma escolha estratégica que pode ter um impacto significativo no campo de batalha.

Afinal, como o comandante do tanque ucraniano identificado apenas pelo seu indicativo de chamada, Bassist, disse: ‘No final das contas, se alguém é profissional, não importa quantos anos ele tem’.

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