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A Barbie e a Questão de Gênero – Uma Análise Profunda

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Introdução

Se você é uma mulher que cresceu nas últimas décadas, provavelmente teve uma boneca Barbie. Mas você já parou para pensar no impacto que essa boneca pode ter tido na sua percepção de feminilidade e gênero?

O Início: Barbie e a Classe Média

Nos anos 70, a Barbie era uma boneca importada e cara, acessível apenas para poucos. Mesmo para a classe média brasileira, ela era um luxo inatingível. Com o passar dos anos, a fabricação da boneca foi trazida para o Brasil, tornando-a mais acessível, mas ainda assim, era mais cara que suas concorrentes.

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Barbie x Susi

Nesse período, a principal concorrente da Barbie era a Susi, uma boneca brasileira da Estrela. Diferente da Barbie, a Susi não era tão magra, não tinha seios tão acentuados e não usava saltos altos. A Susi era uma boneca mais próxima da realidade brasileira.

A Evolução da Barbie

Conforme os anos passaram, a Barbie começou a se tornar o desejo das meninas mais novas e a representar um padrão de beleza: loira, magra, jovem. Ela também se tornou um símbolo do consumo, sempre na moda, trocando de roupa constantemente e sempre maquiada. Para acompanhar as mudanças sociais, a Barbie começou a ter diversas profissões, refletindo o aumento da presença feminina no mercado de trabalho.

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Brinquedos e Gênero

A escolha de brinquedos não é um ato inofensivo. Dar bonecas apenas para meninas perpetua estereótipos de gênero e limita as possibilidades de brincadeiras para ambos os sexos. Os brinquedos são modelos de ação e comportamento e influenciam a construção de gênero na sociedade.

A Divisão dos Brinquedos por Gênero

Com o desenvolvimento da sociedade de consumo nos anos 80 e 90, os brinquedos começaram a ser mais claramente divididos por gênero. Basta entrar em uma loja de brinquedos para ver a divisão: um lado predominantemente rosa para as meninas e outro mais colorido para os meninos.

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A Barbie Moderna

Em filmes recentes, a Barbie ganhou emprego e começou a questionar a desigualdade entre homens e mulheres. No entanto, há várias desigualdades que a Barbie nunca vai enfrentar: de classe, raça, sexualidade, geração.

A Barbie e a Classe Social

Usar saltos altos por muito tempo foi um sinal de distinção de classe, que também acabava por limitar a mobilidade das mulheres. A feminilidade da Barbie vem acompanhada de um padrão de classe e raça.

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A Barbie e a Diversidade

Recentemente, apareceram Barbies negras e com sinais de diversidade, como bonecas com deficiência física. No entanto, essa inclusão parece ter vindo mais de uma pressão social do que de uma verdadeira preocupação com a representatividade.

Conclusão

Por mais que o novo filme da Barbie seja divertido e questione algumas desigualdades de gênero, ele ainda é um produto de uma sociedade de consumo. A Barbie continua a fazer parte de um sistema que produz e reproduz a binariedade de gênero, padrões de beleza baseados em distinções de raça, classe, sexualidade e geração. E ainda que a Barbie esteja sempre de saltos altos, ela não tem nenhum compromisso com a justiça social.

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> Nota: As opiniões expressas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não refletem as posições institucionais da Universidade de São Paulo. Para mais informações, acesse nossos parâmetros editoriais para artigos de opinião(https://jornal.usp.br/noticias/parametros-editoriais-para-artigos-de-opiniao-no-jornal-da-usp/).

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