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Por Que Ser Mãe Ainda É Um Obstáculo no Mercado de Trabalho?
A Maternidade Como Barreira Invisível: O Caso de Adriana e Andressa
No Brasil de 2025, enquanto avanços tecnológicos e sociais transformam o mundo do trabalho, uma questão persistente permanece intocada: a maternidade ainda é vista como um fardo para as mulheres que buscam emprego. Adriana Chaves, 36 anos, e Andressa Lanza, 24 anos, são exemplos vivos dessa realidade. Suas histórias – marcadas por preconceitos velados e perguntas inapropriadas – revelam como a maternidade continua sendo uma barreira invisível em processos seletivos.
Mas por que algo tão natural quanto ser mãe ainda é tratado como um obstáculo? E mais importante, até quando isso continuará acontecendo?
O Dia em Que Adriana Perdeu Sua Vaga Por Falar da Filha
Adriana Chaves já foi vendedora, atendente de telemarketing, secretária e assistente financeira. Hoje, aos 36 anos, ela define sua profissão como “ser mãe”. Mas essa definição não veio por escolha, e sim por necessidade. Em entrevistas de emprego, ela percebe que a conversa muda completamente assim que menciona sua filha de 14 anos, que está em acompanhamento psiquiátrico para investigação de autismo.
*”Quando digo que minha filha precisa de cuidados especiais, os recrutadores me olham diferente”*, conta Adriana. *”Eles pensam logo que vou precisar sair para consultas ou ter flexibilidade para lidar com emergências. Automaticamente, um candidato homem passa na minha frente.”*
Para Adriana, a maternidade não deveria ser vista como um entrave, mas como uma qualidade. *”Sou multitarefa, resiliente e sei lidar com pressão. Cuidar de uma criança com necessidades especiais exige muito mais do que qualquer exigência corporativa poderia pedir.”*
Andressa e o Adeus Após a Licença-Maternidade
Andressa Lanza enfrentou outra face cruel desse preconceito. Após retornar de uma licença-maternidade, ela foi demitida sem muitas explicações. *”Disseram que ‘imprevistos acontecem’, mas que precisavam ser avisados com antecedência. Chamaram meu filho de imprevisto”*, relata Andressa, com lágrimas nos olhos.
Com apenas 1 ano e 6 meses de idade, o pequeno João tornou-se um peso indesejado no currículo de Andressa. *”Em todas as entrevistas, a primeira pergunta é sempre: você tem filhos? Com quem ele fica? Se ele adoecer, você vai sair cedo?”* Esses questionamentos, proibidos por lei, continuam sendo feitos de forma velada.
Quando a Lei Não é Suficiente
A legislação brasileira proíbe explicitamente a discriminação contra mães em processos seletivos. No entanto, a falta de fiscalização e punição eficaz faz com que empresas continuem praticando esse tipo de preconceito de maneira disfarçada.
O Impacto Psicológico do Preconceito
Ser rejeitada repetidamente por causa da maternidade não afeta apenas a vida profissional das mulheres. Esse preconceito também carrega consequências emocionais profundas. Estudos mostram que a discriminação no mercado de trabalho pode levar à depressão, baixa autoestima e até ao abandono completo da busca por emprego.
Mulheres Multitarefa: Uma Qualidade Desvalorizada
Se formos pensar bem, qual profissão exige mais habilidades do que ser mãe? Organização, paciência, liderança, resolução de conflitos… a lista é infinita. Então, por que essas qualidades não são valorizadas no ambiente corporativo?
A Realidade por Trás dos Números
Dados recentes mostram que mães têm 30% menos chances de serem contratadas em comparação com mulheres sem filhos. Além disso, mesmo quando conseguem uma vaga, elas ganham, em média, **10% a menos** do que seus colegas homens ou mulheres sem filhos.
O Papel do Empregador na Transformação
Empresas precisam repensar suas práticas de recrutamento. Políticas de apoio à maternidade, como creches no local de trabalho, horários flexíveis e licenças-paternidade iguais às maternidades, podem fazer toda a diferença.
Exemplos Positivos no Mundo Corporativo
Algumas empresas já estão mudando o jogo. A multinacional XPTO, por exemplo, implementou um programa de contratação inclusiva que prioriza mães solteiras e mulheres em situação de vulnerabilidade. *”Não estamos apenas ajudando essas mulheres; estamos enriquecendo nossa equipe com talentos únicos”*, diz o CEO da empresa.
O Que Dizem as Especialistas?
Para especialistas em recursos humanos, o problema está enraizado em estereótipos culturais. *”As empresas ainda associam maternidade a ausência e instabilidade”*, explica a psicóloga organizacional Maria Clara Almeida. *”Mas isso é um grande equívoco. Mães são algumas das pessoas mais comprometidas e produtivas que conheço.”*
Como Combater o Preconceito?
Combater a discriminação contra mães no mercado de trabalho exige ações concretas. Aqui estão algumas sugestões:
– Treinamento para recrutadores: Educar sobre os impactos negativos do preconceito.
– Fiscalização mais rigorosa: Aplicar multas pesadas para empresas que discriminam.
– Programas de mentoria: Criar redes de apoio para mães que buscam recolocação.
A Importância de Contar Histórias Reais
Histórias como as de Adriana e Andressa precisam ser contadas. Elas humanizam o debate e mostram que, por trás de cada estatística, há uma mulher lutando para sustentar sua família e realizar seus sonhos.
O Futuro Pode Ser Diferente
Embora o cenário atual seja desafiador, há sinais de esperança. Movimentos sociais, políticas públicas e iniciativas empresariais estão começando a mudar a narrativa. *”Temos o poder de construir um futuro onde ser mãe não seja mais visto como um obstáculo, mas como uma força”*, conclui Maria Clara Almeida.
Conclusão: A Hora de Agir é Agora
A maternidade não deve ser um entrave, mas uma vantagem competitiva. As empresas que entenderem isso primeiro estarão à frente no jogo. Para Adriana, Andressa e milhões de outras mães, o tempo de mudança já chegou. Afinal, será que podemos realmente chamar de progresso um mercado de trabalho que exclui metade da população por algo tão natural quanto ser mãe?
FAQs
1. Quais perguntas são proibidas em entrevistas de emprego no Brasil?
Perguntas relacionadas à vida pessoal, como estado civil, planos de gravidez ou número de filhos, são ilegais. No entanto, muitas empresas ainda as fazem de forma indireta.
2. O que fazer se eu for discriminada por ser mãe em uma entrevista?
Você pode denunciar a empresa ao Ministério Público do Trabalho (MPT) ou buscar apoio em organizações voltadas para os direitos das mulheres.
3. Existem programas de apoio para mães que buscam emprego?
Sim, iniciativas como creches corporativas, licenças compartilhadas e mentoria profissional estão ganhando espaço em algumas empresas.
4. Como combater o preconceito no ambiente de trabalho?
Promover a educação interna, criar políticas inclusivas e incentivar a diversidade são passos importantes.
5. Por que a maternidade é vista como um obstáculo no mercado de trabalho?
Essa visão está enraizada em estereótipos culturais que associam maternidade a ausência e instabilidade, apesar de evidências contrárias.
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