BNDES destina R$ 33,6 milhões do Fundo Amazônia para apoiar populações indígenas no Acre

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a liberação de R$ 33,6 milhões do Fundo Amazônia para o projeto Gestão Territorial da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (OPIRJ). Este é um marco significativo para a preservação da floresta amazônica e para o empoderamento das comunidades indígenas.

Assinatura histórica

A assinatura do contrato ocorreu na Terra Indígena Poyanawa, em Mâncio Lima, no Acre, no dia 4, um sábado. Este acordo possibilita o apoio financeiro direto do Fundo a uma organização indígena. O evento contou com a presença de diversas lideranças e autoridades, incluindo o coordenador-geral da OPIRJ, Francisco Piyãko, e as ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

> ‘O protagonismo das comunidades indígenas na elaboração e execução de projetos é fator a ser valorizado e replicado nesta nova etapa do Fundo Amazônia. Este projeto de gestão territorial é estratégico porque possibilita que a atuação do Fundo ganhe escala a partir do fortalecimento da experiência acumulada dos povos indígenas.’, afirmou Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES.

Expansão de estratégias bem-sucedidas

A iniciativa ampliará regionalmente as estratégias desenvolvidas no Projeto Alto Juruá. Este foi o primeiro projeto do Fundo Amazônia contratado diretamente com uma organização indígena, a Associação Ashaninka do Rio Amônia (Apiwtxa), em 2015.

Objetivos do projeto

O objetivo do projeto é combater o desmatamento no Acre, na fronteira com o Peru. As ações serão realizadas de forma coordenada em 13 Terras Indígenas da região. A iniciativa se divide em quatro eixos de ação:

1. Fortalecimento institucional das organizações indígenas
2. Equipamentos e infraestrutura para reforçar a atuação indígena na proteção da floresta
3. Promoção de atividades produtivas sustentáveis
4. Valorização da cultura e das tradições indígenas

Fortalecimento Institucional

O primeiro eixo é voltado ao fortalecimento institucional. Estão previstas a reforma da sede da OPIRJ, em Cruzeiro do Sul (AC), a melhora da conectividade digital entre todos os povos envolvidos e o apoio a reuniões estratégicas e de governança entre os indígenas.

Infraestrutura

No segundo eixo, focado na gestão territorial e ambiental, serão implementados espaços multiuso nas Terras Indígenas, construídas casas de vigilância e adquiridos barcos, combustível e equipamentos para realização de expedições.

Atividades produtivas sustentáveis

No terceiro eixo, serão apoiadas atividades produtivas sustentáveis para segurança alimentar e sustentabilidade dos modos de vida tradicionais. Dentre os objetivos está a garantia das condições para a permanência dos indígenas em suas terras, com a piscicultura e a construção de viveiros para mudas e pequenos animais.

Cultura e tradições indígenas

O quarto e último eixo é voltado para a valorização da cultura e das tradições indígenas. Isso inclui a construção de casas de passagem para intercâmbios culturais entre os povos da região, oficinas de produção de videodocumentários, organização de acervos culturais e a realização do Festival Anual dos Povos da Floresta.

Conclusão

Este projeto representa um passo significativo para a proteção da Amazônia e para o apoio à população indígena do Brasil. Com a destinação de R$ 33,6 milhões do Fundo Amazônia, é possível avançar no desenvolvimento sustentável, na geração de renda, no combate ao desmatamento e na preservação da biodiversidade. A esperança é que essa iniciativa inspire a criação de outros projetos semelhantes em todo o país.

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