O Porto Igarapé das Mulheres – Um Símbolo de Macapá em Perigo

Um Porto Abandonado

Igarapé das Mulheres, um dos principais pontos de movimentação da economia regional de Macapá, enfrenta um cenário desolador, degradado pelo assoreamento causado por lama e lixo. Este local, além de ser um ponto crucial para os comerciantes ribeirinhos, é também uma parte integral da história e cultura do Amapá.

A área privilegiada recebe uma variedade de mercadorias, incluindo açaí, banana, farinha e peixe. No entanto, a dificuldade de atracar grandes embarcações tem redirecionado parte desses produtos para o porto de Santana, a 20 km de distância. Isso aumenta os custos, já que os comerciantes e feirantes precisam se deslocar até o município vizinho.

Impactos no Comércio Local

A última grande limpeza do igarapé começou em 2013, com a inauguração do Mercado do Pescado, mas não foi concluída, segundo Abimael de Souza, presidente da Associação dos Feirantes do Perpétuo Socorro. O assoreamento, combinado com os impactos da pandemia, prejudicou os negócios locais.

> “Nós estamos 100% prejudicados. Tanto nós quanto os pescadores. Hoje eles não têm mais acesso à feira do pescado, por isso ela está transformada, a clientela se afastou”, lamentou Abimael.

Reivindicações e Falta de Ação

A associação fez várias reivindicações ao longo dos anos, mas a situação piora a cada dia. O Portal SelesNafes.com retratou a situação do Igarapé das Mulheres em julho deste ano, revelando os impactos do lixo nos comerciantes de diferentes segmentos da área.

> “Hoje a dificuldade de se fazer a compra em Santana é o horário. Saímos meia-noite de casa para lá, retornamos às 6h da manhã. Temos aqui mais de 200 famílias que fazem o movimento direto e indireto nesse mercado, fora os mais de 800 pescadores que precisam desse acesso. Almejamos demais que olhem pela gente e façam a escavação desse canal, até o recolhimento de lixo é precário”, concluiu o feirante.

Resposta das Autoridades

A Secretaria da Zeladoria Urbana de Macapá afirmou que tem um cronograma para a limpeza dos canais antes do período chuvoso e que planeja um trabalho educacional para integrar a população com políticas públicas.

Por outro lado, a Secretaria de Estado de Transportes (Setrap) afirma que está elaborando um estudo ambiental para realizar a dragagem de três pontos importantes na capital: o porto do Igarapé das Mulheres, o canal do Jandiá e as proximidades do trapiche Santa Inês.

Levantamento de Custos e Licenças Ambientais

A Setrap informou que está trabalhando com o levantamento de custos para o maquinário necessário para a dragagem. A secretaria não possui estrutura para esse tipo de serviço, necessitando contratar empresas especializadas.

Conclusão: A Necessidade de Ação

A situação do Porto Igarapé das Mulheres exige uma ação urgente. O assoreamento, a poluição e a falta de infraestrutura adequada estão prejudicando a economia local e a vida dos moradores. É imprescindível que as autoridades tomem medidas efetivas para resolver esses problemas e preservar este importante patrimônio cultural e econômico do Amapá.

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