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Diminuição do desemprego indica sinais promissores, porém a tendência ainda não é estável Diminuição do desemprego indica sinais promissores, porém a tendência ainda não é estável

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Diminuição do desemprego indica sinais promissores, porém a tendência ainda não é estável

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Introdução

O emprego pleno é alcançado quando as pessoas que buscam oportunidades de trabalho as encontram prontamente, sem dificuldades. Infelizmente, essa não é a realidade atual. Apesar dos bons sinais trazidos pela queda do desemprego, a tendência ainda não está consolidada.

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Contextualizando a situação do desemprego

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de desemprego no trimestre finalizado em agosto estava em 7,8% — o menor nível desde fevereiro de 2015.

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) informou que, em agosto, foram criadas quase 221.000 vagas, o segundo melhor desempenho mensal de 2023.

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A economia e o emprego

A forte criação de empregos é um sinal incontestável do aquecimento da economia. O Produto Interno Bruto (PIB) ganhou tração no segundo trimestre, o que certamente teve impacto no aumento das contratações. Nesse contexto, o setor de serviços, que tende a prosperar quando a economia está em expansão, reforçou seu papel como grande empregador.

O turismo, que vive uma forte retomada no pós-pandemia, respondeu, sozinho, por 20% das vagas surgidas em agosto dentro da categoria de serviços.

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O desafio da sustentação

Apesar dos resultados positivos, sustentar essa tendência não será uma tarefa fácil. Segundo o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), houve uma queda de 0,5 ponto em setembro nesse termômetro que mede a expectativa de absorção de mão de obra. O número reflete um certo pessimismo quanto à manutenção do crescimento econômico do país no futuro.

A questão do pleno emprego

Para atingir uma situação de pleno emprego, erroneamente vislumbrada para um horizonte próximo pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, existe uma enorme distância a ser percorrida. Para alcançar esse ponto tão desejado, estima-se que o PIB deveria crescer acima de 6% ao ano, algo absolutamente distante da realidade — em 2023, segundo os otimistas, a taxa será de 3% e, em 2024, abaixo disso.

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A questão da taxa de desemprego

Há uma discussão a respeito se o índice oficial de desemprego retrata com precisão o problema. Alguns economistas estimam que a taxa está um pouco subestimada, pois muitos brasileiros simplesmente desistiram de procurar emprego nos últimos anos.

A reforma trabalhista e o emprego

Uma boa medida, embora ainda não devidamente reconhecida, foi a reforma trabalhista promulgada em 2017, no governo Michel Temer. A despeito do furo das promessas exageradas de geração imediata de 6 milhões de vagas — o que, mais uma vez, deve ser atribuído à verborragia dos políticos —, a reforma começa a trazer resultados consistentes.

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O desafio da informalidade

Um desafio que permanece é o alto índice de informalidade no país. Atualmente, 39 milhões brasileiros trabalham nessa condição, número superior ao de profissionais com carteira assinada. Isso se deve, sobretudo, aos altos custos que ainda pesam para as empresas contratantes.

Conclusão

De fato, se a radiografia do momento é positiva, permanecem as incertezas quanto ao futuro. Os números do emprego melhoraram, mas o Brasil está longe de ter resolvido os seus problemas na área.

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Publicado originalmente em VEJA de 6 de outubro de 2023, edição nº 2862