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Refugiados afegãos em São Paulo - A esperança se renova com o apoio da Igreja Refugiados afegãos em São Paulo - A esperança se renova com o apoio da Igreja

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Refugiados afegãos em São Paulo – A esperança se renova com o apoio da Igreja

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Por João Silva

Foto: João Silva

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Fatema Fahimi viu seus sonhos serem interrompidos quando o Talibã reassumiu o controle do Afeganistão, seu país natal, em 2021. Mesmo assim, ela decidiu terminar seu mestrado em gestão de negócios no Irã e, assim que obteve o visto humanitário brasileiro, partiu para um futuro incerto no Brasil.

A jovem de 27 anos, de aparência agradável e inglês fluente, tinha acabado de chegar ao Brasil quando conversou com nossa equipe. Ela estava entre os 27 afegãos que encontraram refúgio na Casa de Acolhida Todos Irmãos, em Guarulhos (SP), um abrigo gerenciado pela Cáritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP) em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), a Cáritas Diocesana de Guarulhos e a Prefeitura de Guarulhos.

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‘PERDI MINHA ESPERANÇA E FUTURO NO AFEGANISTÃO’

Ouvir Fatema falar sobre sua vida ativa no Afeganistão nos faz entender o quão devastador é o regime do Talibã para mulheres que, assim como ela, desejam estudar, trabalhar e viver de forma independente. ‘Tive que deixar tudo para trás – casa, amigos, família, trabalho – e ser migrante em outro lugar’, ela confessa.

Seu marido só conseguiria se juntar a ela no Brasil uma semana depois de nossa entrevista. ‘O português é um pouco difícil e muita gente aqui não fala inglês’, ela admite, mas apesar das dificuldades, ela está determinada a ficar. ‘Mas eu quero ficar e espero poder ter um futuro brilhante aqui. Perdi minha esperança e futuro no Afeganistão. O Talibã destruiu todos os sonhos das mulheres. Estou aqui para um recomeço na minha vida’, ela diz com convicção.

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A CRISE HUMANITÁRIA NO AFEGANISTÃO

Com a deterioração da situação humanitária no Afeganistão a partir de 2021, os dados do ACNUR indicam que existem 5,7 milhões de refugiados afegãos, a maioria no Irã e no Paquistão. O Brasil concedeu visto humanitário a 6 mil afegãos desde o início da crise. No entanto, a falta de planejamento adequado entre governo federal, estadual e municipal resultou em cenas de afegãos amontoados no saguão do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, portal de entrada dos afegãos no Brasil.

O PAPEL DA IGREJA NO ACOLHIMENTO

A situação desses afegãos teria sido pior se não fosse pela ação de entidades da sociedade civil, muitas delas ligadas à Igreja Católica, como a CASP, a Cáritas Brasileira-Regional São Paulo, a Missão Paz e as Irmãs Scalabrinianas do Pari. Estas organizações têm estado na linha de frente no apoio, orientação e acolhimento dessa população.

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Apesar dos desafios que a acolhida dos afegãos apresenta, como a barreira do idioma e as diferenças culturais, a ajuda dos próprios afegãos tem sido fundamental nessa mediação.

Luciney Martins/ O S ÃO PAULO

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A HISTÓRIA DE NASRATULLAH SAFI

Nasratullah Safi, que chegou ao Brasil há cerca de dez meses, tem trabalhado como mediador cultural para a CASP. Ele e sua família fugiram do Afeganistão devido às restrições impostas pelo Talibã. Agora, ele se dedica a ajudar seus compatriotas que chegam ao Brasil.

Sobre seu trabalho com a Cáritas, Nasratullah diz que está gostando muito de poder ajudar seus conterrâneos. ‘Há crianças de poucos meses, mulheres grávidas. O governo brasileiro não providenciou tudo, mas as organizações como a Cáritas e o ACNUR têm tentado contribuir ao máximo’, ele diz.

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DESAFIOS DA ACOLHIDA

A família de Nasratullah está na República, na zona leste de São Paulo, em um abrigo mantido pela Cáritas Brasileira – Regional São Paulo. O local abriga 80 pessoas ao mesmo tempo, com dez pessoas em cada acomodação.

As pessoas em situação de refúgio podem ficar 180 dias no local, mas a situação é avaliada a cada 90 dias pela equipe técnica. ‘No caso dos afegãos, o problema é a comunicação. Aparecem vagas de trabalho, mas que exigem um pouco de português. Então, eles não conseguem o emprego’, explica Juliane de Oliveira Santos, coordenadora do abrigo.

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CONSTRUINDO PONTES

Em sua mensagem para o 109º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, o Papa Francisco disse que ‘o migrante é Cristo que bate à nossa porta’. Ele ressaltou a importância de respeitar a dignidade de cada migrante e de construir pontes, não muros.

Em 2021, o mundo atingiu a marca inédita de mais de 100 milhões de pessoas sendo forçadas a deixar suas casas, cidades e países, como consequência de guerras, violência, violação de direitos e perseguições políticas, étnicas e raciais, segundo dados do ACNUR.

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Missão Paz

ACOLHIDOS NA CARITAS E NA MISSÃO PAZ

A CASP e a Missão Paz têm tido um papel crucial no acolhimento e apoio a pessoas em situação de refúgio. Apesar de sua relevância, essas entidades reforçam que o papel do governo é fundamental e insubstituível na concessão de vistos e na elaboração de políticas públicas para que essas pessoas possam viver de maneira digna no país.

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CONCLUSÃO

A situação dos refugiados afegãos no Brasil é complexa e desafiadora. No entanto, com o apoio da Igreja e de organizações da sociedade civil, eles estão encontrando abrigo, apoio e, o mais importante, esperança para um futuro melhor.

Raio x do Afeganistão:
* Nome oficial: República Islâmica do Afeganistão.
* Localização: Ásia Central.
* Capital: Cabul.
* Clima: desértico
* Governo: república islâmica.
* Idioma: pasto e dari.
* Religiões: 99% (islamismo), 1% (outras).
* População: 32.225.560 habitantes.
* Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0,511 (baixo).
* Moeda: afegane.

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Para informações adicionais, acesse o site

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