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A Lição de Djalma – Uma Análise Profunda
Por: João Silva
No universo da política, a certeza é um luxo raro. É possível que, além dos familiares, algum político contemporâneo possua em sua prateleira a obra publicada pela UFRN em 1981: “Djalma Marinho em defesa do Parlamento”. Este pequeno livro de apenas setenta e sete páginas revela a bravura e a serenidade de Djalma Marinho durante seus discursos na tribuna da Câmara Federal.
O Discurso Memorável
Foi nesse livro que encontramos o discurso proferido por Djalma Marinho na tarde de 27 de novembro de 1980, ao lançar sua candidatura à presidência da Câmara Federal. Apesar dos quarenta e três anos que separam aquela época da atualidade (2023), seu discurso ainda se mantém relevante como uma grande lição em defesa da vida democrática. Uma lição que não deve ser esquecida.
Naquele momento, Djalma estava ciente do desafio que enfrentaria. Seu adversário não era Nelson Marchezan, mas sim os generais que controlavam os deputados por trás das cortinas. Djalma vinha de um ato de grande coragem: como ele mesmo relatou, se recusou a defender a cassação do mandato do deputado Marcio Moreira Alves, que a ditadura queria silenciar.
A Esperança na Democracia
Em uma parte de seu discurso, Djalma se dirige ao plenário de forma calma e serena. Ele declara seu compromisso com a democracia, afirmando: “Acredito na democracia por acreditar na força da liberdade. Acredito no Parlamento, que é múltiplo, por desconfiar dos homens predestinados e dos sistemas impessoais que transformam os povos em sujeitos passivos do processo histórico de que deveriam ser centrais”.
Djalma sabia dos desafios que viriam e fez um alerta: “Esta é, senhores deputados, hora de provação”. Ele estabeleceu seus critérios para a luta: não buscaria a indicação de seu partido, não para renegá-lo ou para confrontar seus companheiros, mas porque a competição havia sido desvirtuada.
A Denúncia de Manobras
Djalma denunciou a manobra suja que buscava controlar a presidência da Câmara Federal: “Escolheram à nossa revelia quem nos deveria presidir”. Ele também previu o perigo do fanatismo populista que o futuro reservava. “Recuso a curvar-me diante dos que se fazem porta-vozes iluminados do povo que manipulam e se autointitulam condutores da sociedade”.
Essa é a lição de Djalma Marinho, uma lição que permanece relevante quarenta e três anos depois. Em uma era de populismo crescente e desrespeito à democracia, suas palavras ressoam com poder e urgência.
A situação política atual
A crise atual do governo e das Prefeituras já começa a mostrar suas garras. A governadora Fátima Bezerra pode enfrentar graves pressões de servidores e dos prestadores de serviços essenciais.
O novo bispo de Mossoró pode ser Dom Limacedo Antonio, atual bispo auxiliar de Recife. E José Valquimar, se elevado a bispo, assumiria a Diocese de Afogados da Ingazeira.
A Universidade
Um fato curioso: a Reitoria da UFRN visitou o Instituto Câmara Cascudo na segunda-feira passada. Uma saída solene do Campus até a Junqueira Aires.
Literatura e Cultura
A professora Maria Aparecida de Almeida Rego defende no próximo dia 4 sua tese de doutorado sobre a tradição e modernidade em Aurélio Pinheiro, o romancista de ‘Macau’.
Aparecida é atualmente a maior estudiosa da obra intelectual de Aurélio Pinheiro. Sua dissertação de mestrado, ‘Entre salinas e maledicências’, foi publicada pela UFRN em 2018.
Biografia
Uma nova biografia está chegando às prateleiras. Publicada pela editora ‘Z’, de Osair Vasconcelos, ‘A Professora da Aldeia’ é uma cuidadosa biografia de Sinhazinha Wanderley, escrita por Pedro Octavio de Oliveira. O livro conta com ilustrações históricas.
Poesia
A poeta argentina Alejandra Pizarnik, em seu belo livro ‘Árvore de Diana’, escreveu versos profundos que merecem ser lembrados: ‘Eu deixei meu corpo junto à luz / e cantei a tristeza do que nasce’.
Filosofia
Nino, o filósofo melancólico do Beco da Lama, disse uma vez: ‘O invejoso esconde sua inveja debaixo do travesseiro quando vai dormir’. E acrescentou: ‘Não sabe que a inveja é sonâmbula’.
A Igreja
Embora vencida pela nomeação do novo arcebispo, Dom João Santos Cardoso, ainda há uma dúvida: o que levou o Vaticano a demorar um ano na definição do substituto de Dom Jaime Vieira, se a aceitação de sua renúncia consta do Decreto da Santa Sé com data de 05.06.2022?
A rigor, a publicação do decreto de nomeação do novo administrador apostólico foi sobrestada e só publicada em 05.06.2023, um ano depois. A alegação de erro não se sustenta diante da datação por extenso. Teria sido uma grande dúvida de Roma na escolha do novo Arcebispo?
Há três Dioceses vagas no Regional Nordeste II: Mossoró, Petrolina e Afogados. A Nunciatura, em Brasília, sabe que Dom Mariano Manzana deixará o cargo em outubro, quando completará 76 anos. Especula-se que ele saiba quem será seu sucessor em Mossoró, mas é segredo em Cristo.
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