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A Epidemia de Dependência Química – Parte 1
Introdução
Em um mundo cada vez mais globalizado e conectado, um problema que tem se destacado é a crescente epidemia de dependência química. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 12 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo de dependência química, o que corresponde a aproximadamente 6% da população nacional. O impacto desse problema é amplo, afetando não apenas os indivíduos que sofrem com a dependência, mas também suas famílias, comunidades e a sociedade como um todo.
O Problema Global
A questão da dependência química não se limita ao Brasil. De acordo com o Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2020, cerca de 284 milhões de pessoas entre 15 e 64 anos utilizaram drogas ilícitas, um aumento de 26% em relação ao decênio anterior.
Esses números alarmantes refletem uma tendência preocupante que tem sido agravada pela pandemia do COVID-19. Os bloqueios implementados para evitar a propagação do vírus, combinados com a perda de empregos e a crise econômica global, aumentaram a predisposição ao uso de drogas.
O Impacto na População Jovem
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE(https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/34340-ibge-divulga-uma-decada-de-informacoes-sobre-a-saude-dos-escolares)) em 2022, a exposição e experimentação de drogas entre os jovens aumentou de 8,2% em 2009 para 12,1% em 2019. Isso significa que, a cada 100 estudantes, aproximadamente 12 terão contato direto ou experimentarão algum tipo de droga ilícita.
Além disso, a iniciação precoce ao consumo de álcool entre os jovens, que muitas vezes é uma porta de entrada para a dependência química, também aumentou, passando de 52,9% em 2009 para 63,2% em 2019.
A Dependência Química e a Questão Moral
Muitas vezes, a dependência química é vista como uma questão moral, um problema que pode ser resolvido no plano ideológico que distingue as pessoas ‘de bem’ das ‘vadias’. No entanto, essa visão é equivocada e prejudicial.
A dependência química é uma doença, e como tal, deve ser tratada com compaixão e empatia, não com julgamento e estigma. Nessa perspectiva, Maquiavel provavelmente criticaria o cinismo da lei em nossa época, talvez mais do que o rigor dela. Isso porque temos uma das melhores Constituições do mundo no que diz respeito às garantias individuais e sociais de proteção da dignidade das pessoas.
O Estado e a Sociedade
Desde 1824, com a primeira Constituição, ouve-se dos palanques, palcos e púlpitos que toda a superestrutura estatal é pensada e mantém-se justificada para o bem do povo. A partir da Constituição de 1988, o propósito da nossa superestrutura estatal é criar uma sociedade livre, justa e solidária, dedicada a erradicar a pobreza, a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, bem como a promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
No entanto, apesar das intenções nobres, a realidade é que ainda há um longo caminho a percorrer para atingirmos esses objetivos. As desigualdades sociais e econômicas persistem e, em muitos casos, são amplificadas pelo problema da dependência química.
Conclusão
A ‘epidemia’ de dependência química é um dos muitos problemas sociais que enfrentamos atualmente. Em 2021, houve um recorde histórico de 400,3 mil atendimentos a pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas ilícitas e álcool.
Na próxima semana, iremos explorar os direitos previstos na lei relativos ao tratamento da dependência química e dos transtornos mentais causados pelo vício. Não deixe de nos acompanhar e compartilhe este texto para que mais pessoas possam se informar sobre seus direitos.
Um abraço e até a próxima!
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