Protestos Revelam Casos de Violência Policial nas Periferias

Foto por Leonardo Sa

Introdução

A manifestação ocorrida no dia 24 de agosto, chamou a atenção para uma questão cada vez mais presente no cotidiano das periferias brasileiras: a violência policial. Nesse dia, mães, irmãs e familiares de vítimas de violência policial ergueram suas vozes em protesto, clamando por justiça e o fim da violência racista por parte da polícia.

A Dor das Mães

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Dona Andrea Silva Coutinho, mãe de Rian Coutinho, morto em 3 de dezembro de 2021, no Território do Bem, São Benedito, é uma das muitas mães que se manifestaram. A dor e a revolta expressas em suas palavras ilustram a realidade enfrentada por muitas famílias nas periferias brasileiras.

> ‘Enquanto a gente enterra os nossos filhos, eles vão para a casa beijar os deles’

Rian estava na rua quando os policiais chegaram atirando. Andrea relata que o filho já estava caído no chão quando foi morto pelos policiais, que usaram a própria arma de Rian para matá-lo.

A Violência Policial Continua

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Infelizmente, a história de Rian não é um caso isolado. Natanaelton, de 24 anos, também foi vítima de violência policial. Ele foi baleado no braço e, mesmo caído no chão, os policiais dispararam um ‘tiro de misericórdia’ na cabeça.

> ‘Minha vida acabou!’, declara Santa, mãe de Natanaelton.

A Violência se Repete

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Outras histórias semelhantes foram contadas durante a manifestação. Alechandra Rodrigues, cunhada de Danilo, assassinado aos 16 anos em julho de 2021, compartilha a mesma história. Em todas essas situações, os policiais adentraram a comunidade e dispararam contra jovens negros, que perderam suas vidas de forma injusta e precoce.

O Protesto

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A manifestação, que ocorreu em todo o Brasil, contou com a participação de diversas entidades da sociedade civil, principalmente as ligadas ao Movimento Negro. Durante o trajeto, os manifestantes também pediram por políticas públicas de saúde, educação, geração de emprego e renda.

> ‘Exigimos Justiça por Bernadete, Binho e todo povo negro brasileiro!’

Manifesto Nacional pelo Fim da Violência Policial

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Durante a manifestação, foi lido um manifesto nacional pelo fim da violência policial e de Estado. O documento ressalta a necessidade de enfrentar o racismo e as diversas violências e desigualdades decorrentes dele.

Reivindicações

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O manifesto apresenta 11 reivindicações, entre elas:

1. Proibição de operações policiais reativas e invasivas,
2. Obrigatoriedade de câmeras em uniformes de agentes de segurança pública,
3. Plano nacional de reparação para familiares e vítimas,
4. Federalização de casos que caracterizem assassinatos, execuções e chacinas,
5. Construção de uma política de drogas baseada em evidências científicas,
6. Limites às abordagens policiais para que não sejam racistas e discriminatórias,
7. Fortalecimento dos mecanismos de prevenção, combate e punição à tortura,
8. Revogação da Lei de Drogas 11.343/2006, o fim dos homicídios decorrentes de oposição à ação policial e a desmilitarização das polícias,
9. Métodos de controle externo à atuação policial,
10. Suspensão de qualquer investimento na construção de novas unidades prisionais e proibição da privatização do sistema prisional,
11. Reconhecimento dos terreiros como espaços do sagrado e pela titulação dos territórios quilombolas no Brasil.

Conclusão

A violência policial é uma realidade que afeta muitas comunidades nas periferias brasileiras. Através de manifestações e protestos, a população busca chamar a atenção para essa questão e lutar por justiça e o fim da violência. É responsabilidade de toda a sociedade brasileira enfrentar o racismo e as diversas violências e desigualdades decorrentes dele.

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