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Vereadores de Mogi na luta contra pedágios no Estado de São Paulo
Na manhã de sexta-feira, 18, vereadores da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes marcaram presença na audiência pública da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) na capital paulista. A reunião, que ocorreu na sede do DER (Departamento de Estradas e Rodagem), tinha como objetivo debater sobre o Projeto de Concessão dos serviços públicos de ampliação, operação, manutenção e realização dos investimentos necessários para a exploração do sistema rodoviário do Lote denominado Rodovias do Litoral Paulista.
A audiência pública e a posição dos vereadores
Durante o evento, os representantes mogianos tiveram a oportunidade de manifestar a sua desaprovação da ideia de instalar o sistema de pedágio free flow nas rodovias Mogi-Dutra (SP-88) e Mogi-Bertioga (SP-98). A proposta, que partiu do governador Tarcísio de Freitas (REP), foi fortemente contestada pelos parlamentares.
Estiveram presentes no encontro promovido pelo governo estadual o presidente da Câmara, Marcos Furlan (PODE), além dos vereadores Ze Luiz (sem partido), Mauro de Assis Margarido (PSDB), Juliano Botelho (PSB), Inês Paz (PSOL), Johnross (PODE), Clodoaldo de Moraes (PL), Policial Maurino (PODE), Bi Gêmeos (PSD), Edson Santos (PSD), Gustavo Siqueira (PSDB), Edinho (MDB), Iduigues Martins (PT), Eduardo Ota (PODE), Marcelo Bras (PSDB), Osvaldo Silva (REP) e Vitor Emori (PL).
Críticas sobre o local da audiência
Furlan, presidente da Câmara, fez críticas ao fato da audiência ser realizada na capital paulista, em vez das cidades que serão afetadas pela instalação do pedágio. Ele considerou lamentável a decisão, argumentando que as cidades afetadas deveriam ser o palco das discussões. Apesar disso, ressaltou que quase todos os vereadores de Mogi das Cruzes compareceram à audiência, além de representantes do Apeosp, Sindicato Rural, Sincomércio, Associação Comercial e outros mogianos contrários à proposta.
Ameaça de isolamento de bairros
Um dos pontos levantados durante a audiência foi o risco de agravamento do isolamento dos bairros mais distantes de Mogi das Cruzes com a implantação do pedágio. Segundo Furlan, a cobrança nas estradas poderia dificultar o acesso entre bairros mais afastados, como o Jardim Piata, o bairro Chácara Guanabara, o Itapeti e o Taboão.
O impacto econômico
Vereadores também expressaram preocupações com o impacto econômico da proposta. Ze Luiz ressaltou que, para Mogi das Cruzes, a rodovia Mogi-Dutra é mais do que apenas um caminho para períodos de lazer ou descanso. Ele argumentou que a estrada tirou a cidade do isolamento e hoje é o principal caminho para o desenvolvimento econômico. A cobrança de pedágio, segundo ele, também afetaria o Distrito Industrial do Taboão, a maior área disponível para instalação de grandes empresas em toda a Região Metropolitana de São Paulo, desencorajando investimentos e a criação de novos empregos.
O reflexo no custo dos alimentos
Por sua vez, Clodoaldo de Moraes (PL) teme que a instalação de pedágios possa refletir em um aumento no preço dos alimentos. Ele lembrou que Mogi das Cruzes abastece a capital e outras cidades com frutas e hortifrutis, e que o valor do pedágio seria repassado para o preço das mercadorias agrícolas.
Falhas no edital
O prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha (PODE), apontou falhas no edital da Artesp. Segundo ele, o documento deixa em aberto a possibilidade de a concessionária mudar o local do ponto de cobrança e realizar alteração do valor sem um critério definido.
A luta continua
Apesar das críticas e da resistência, os vereadores de Mogi das Cruzes prometem continuar a luta contra a instalação de pedágios no Alto Tietê. A expectativa é que a mobilização e o diálogo com o governo estadual possam evitar a aplicação do Projeto de Concessão e preservar as rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga livres de cobranças.
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