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A Jornada de Possibilidades – Uma análise de A Biblioteca da Meia-Noite””
A vida é uma série de decisões e escolhas, e cada opção nos leva a um caminho diferente. Mas e se você tivesse a chance de explorar todas as vidas que poderia ter vivido? Essa é a premissa do best-seller do New York Times, ‘A Biblioteca da Meia-Noite’, escrito por Matt Haig.
O Mundo de Possibilidades na Vida de Nora Seed
A história se concentra em Nora Seed, uma mulher de habilidades variadas, mas de realizações limitadas. Nora poderia ter sido uma nadadora olímpica, a cantora principal de uma banda de rock popular, ou uma especialista em geleiras do Ártico, mas cada uma dessas possibilidades permaneceu como um ‘e se’ em sua vida.
Após uma série de eventos desafortunados, incluindo a perda de seu emprego e a morte de seu gato, Voltaire, Nora decide que não quer mais viver. No entanto, em vez de encontrar o fim, ela descobre a Biblioteca da Meia-Noite, um lugar que fica entre a vida e a morte, onde ela pode experimentar todas as vidas que poderia ter vivido.
> ‘Entre a vida e a morte, há uma biblioteca,’ ela disse. ‘E dentro dessa biblioteca, as prateleiras são infinitas. Cada livro oferece uma chance de experimentar outra vida que você poderia ter vivido. De ver como as coisas seriam se você tivesse feito outras escolhas… Você teria feito algo diferente, se tivesse a chance de desfazer tudo que se arrepende?’
Navegando pelos ‘E Se’ da Vida
A habilidade de explorar o ‘e se’ é uma faceta fascinante do livro. Que caminho você teria tomado se tivesse comparecido àquele jantar? E se tivesse escolhido uma faculdade diferente? E se tivesse aceitado aquela oferta de emprego?
Dentro do contexto de universos paralelos e vidas alternativas, Haig guia o leitor a refletir, junto com Nora, sobre todas as possibilidades ‘e se’ em nossas vidas.
> ‘Cada vida contém muitos milhões de decisões. Algumas grandes, algumas pequenas. Mas cada vez que uma decisão é tomada em vez de outra, os resultados são diferentes. Ocorre uma variação irreversível, que por sua vez, leva a outras variações. Esses livros são portais para todas as vidas que você poderia estar vivendo.’
A Autenticidade da Escrita de Matt Haig
A escrita de Matt Haig adiciona um toque de autenticidade à obra. Ele conduz as diferentes vidas de Nora através de capítulos curtos, usando uma prosa leve e dinâmica. Além disso, sua descrição da luta de Nora contra a depressão é particularmente sensível, dado que o autor passou por experiências semelhantes em sua vida.
Embora o livro trate de temas melancólicos e desencadeie fortes emoções, à medida que a história se desenvolve, o leitor experimenta uma sensação de conforto, compartilhando as emoções das várias vidas de Nora e encontrando momentos de humor nas situações inesperadas que ela enfrenta.
Nora Seed: Uma Personagem Relatável
A jornada de Nora, desde o momento em que ela se vê imersa no caos de tudo o que poderia ter sido, até o momento em que encontra esperança e alegria em assumir o controle de sua própria história, é uma que muitos leitores podem se identificar.
> ‘O paradoxo dos vulcões é que eles são símbolos de destruição, mas também de vida. Assim que a lava diminui de velocidade e esfria, se solidifica. Com o tempo, se decompõe, transformando-se em solo – um solo rico e fértil. Ela não era um buraco negro, decidiu. Era um vulcão. E, como um vulcão, não podia fugir de si mesma. Ela teria que ficar ali e cuidar daquela paisagem desolada. Ela poderia plantar uma floresta dentro de si.’
A História de Todos Nós
Cada um de nós possui sua própria Biblioteca da Meia-Noite, onde percorremos os livros de nossa vida, os volumes de outras versões de nós mesmos. E o atrativo dessa obra reside exatamente na maneira como, ao acompanhar as inúmeras vidas de Nora, o leitor inevitavelmente reflete sobre suas próprias múltiplas facetas.
No entanto, talvez a resposta não seja desejar outras vidas, mas sim olhar com mais carinho para a que está diante de nós. Afinal, como Marcel Proust uma vez disse, ‘a verdadeira viagem de descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos.’
A Singularidade de Nossa História
‘A Biblioteca da Meia-Noite’ é um chamado para abraçar a singularidade de nossa própria história, pois, citando Milan Kundera em ‘A Insustentável Leveza do Ser’, a experiência humana ocorre apenas uma vez e é impossível determinar quais escolhas seriam certas ou erradas, pois em todas as situações só temos um caminho a seguir. ‘Uma vez não conta. Uma vez é para sempre.’
Viver a Vida ao Máximo
Então, diante da efemeridade da vida, que curso de ação tomar? Adaptar-se? Conformar-se? Passar o tempo jogando Candy Crush? Estas são questões internas e individuais. No entanto, observar Nora enquanto ela busca sua melhor versão serve de inspiração para fazermos o mesmo. Se a vida acontece apenas uma vez, então que a façamos valer a pena!
Colagem em destaque: Isabelle Simoes(https://deliriumnerd.com/author/isabellesimoes2/) para o Delirium Nerd.
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